DIAGNÓSTICO MOLECULAR DA PREVALÊNCIA DE STREPTOCOCCUS AGALACTIAE EM AMOSTRAS DE LEITE BOVINO IN NATURA NO SUL DO BRASIL.

JULIANA CAROLINE BUTZGE, DÉBORA MARA ICH, IVAN CUNHA BUSTAMANTE FILHO, JOÃO PEDRO IPPER, CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA, ADRIANE POZZOBON

Resumo


A região do Vale do Taquari, RS, é um importante pólo de produção leiteira no Rio Grande do Sul. Boa parte do leite e derivados consumidos na região é proveniente do mercado informal, de pequenos produtores locais. Nesta região encontra-se um grande número de pequenos e médios produtores, responsáveis, principalmente, pelo abastecimento das indústrias de grande porte localizadas no estado. A falta de cuidados higiênico-sanitários durante todo o processo que envolve a produção do leite favorece a possibilidade de ocorrerem contaminações deste alimento. O leite e seus derivados são frequentemente contaminados por uma série de micro-organismos, que podem provocar diversas alterações na sua constituição, diminuindo seu tempo de prateleira e consequentemente causando problemas econômicos e de saúde pública. O Streptococcus agalactiae é um dos micro-organismos relacionado a infecções no gado leiteiro e no homem, sendo um dos mais importantes patógenos da mastite bovina. O presente estudo visou determinar a prevalência da contaminação do leite por Streptococcus agalactiae nos rebanhos leiteiros da região do Vale do Taquari (RS) através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). As amostras foram coletadas dos tetos de 101 vacas de rebanhos leiteiros de três produtores no sul do Brasil, nos meses de setembro e outubro de 2012 e também do tanque de resfriamento de oito produtores nos meses de julho a dezembro de 2011, sendo submetidas à extração de DNA. Para a validação do protocolo de PCR realizou-se a contaminação artificial do leite integral UHT adquirido comercialmente, com cepas de S. agalactiae (ATCC13813) nas concentrações finais de 103 a 109 UFC/mL. O teste do Qui-quadrado e teste exato de Fisher foram usados para verificação da sensibilidade e especificidade da PCR. Obteve-se uma sensibilidade de 89% e especificidade de 100% (p <0,0001) para a detecção de S. agalactiae por PCR. Das amostras coletadas dos tetos das vacas, 16,2% foram positivas, enquanto que a análise do leite coletado do tanque revelou uma prevalência de contaminação de 37,5%. Podemos concluir que, devido aos valores de sensibilidade e especificidade apresentados pelo presente estudo, a capacidade de detecção pela técnica de PCR pode ser validada para a detecção de S. agalactiae. Além disso, também se deve destacar que o tempo necessário para a identificação de micro-organismos através de culturas e testes bioquímicos é muito maior do que o tempo necessário para a mesma identificação utilizando a PCR. A pesquisa encontra-se em continuidade para detecção de outros micro-organismos.


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