A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde estabelece orientações e diretrizes que incorporam o aprender e o ensinar ao cotidiano do trabalho com finalidade de modificar práticas profissionais e a organização do trabalho. Ao repensar as políticas públicas na área dos trabalhadores em saúde, percebe-se a necessidade de qualificar os profissionais para que estes atendam de forma efetiva as necessidades sociais. O presente estudo é um recorte da pesquisa: "O processo de gestão do trabalho e de Educação Permanente em saúde dos trabalhadores que atuam no SUS, no âmbito da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS (CRS/RS)", aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC sob protocolo nº3054/11 e desenvolvida desde 2012 por pesquisadores e bolsistas do Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Assim, esse estudo tem como objetivo apresentar as temáticas abordadas durante as capacitações oferecidas aos trabalhadores da saúde. A partir do total de trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde pertencentes a 13ª CRS/RS definiu-se através de um cálculo estatístico com 95% de confiabilidade uma amostra de 322 sujeitos. Contudo, 300 (93,16%) sujeitos participaram da pesquisa, pois sete optaram por não participar e 15 não foram encontrados no local de trabalho por motivo de férias, afastamento, ou particulares. O instrumento de coleta, um questionário, constituído de questões abertas e fechadas, possibilitou a obtenção de dados que foram organizados por meio do software SPSS 20.0 e posteriormente analisados pelos pesquisadores do GEPS. Quanto aos trabalhadores de saúde com graduação, agentes, técnicos e auxiliares de saúde e pelos trabalhadores dos serviços de apoio, os temas mais citados foram específicos de sua área de atuação, incluindo nesta categoria, temas como atendimento ambulatorial a acamados, a idosos, saúde bucal, clínica, consulta de enfermagem, nutrição, saúde mental, entre outros. Em segundo plano, esses trabalhadores citaram os assuntos relacionados à saúde da família, saúde coletiva e atenção básica, incluindo acolhimento, vacinas, atendimento de forma geral e demais assuntos pertinentes ao Sistema Único de Saúde (SUS). Entende-se que, de certa forma, as atividades educativas de trabalhadores devem ter sua origem e execução próximas à realidade de trabalho para que estimulem sua problematização de forma contextualizada e promovam o diálogo entre as políticas públicas e as singularidades dos lugares e pessoas. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde pretende, entre outras, capacitar os trabalhadores para contribuições em sua prática profissional, sendo instrumento propulsor de ações educativas, de planejamento e de assistência à saúde. Portanto, torna-se essencial que os temas sejam de interesse dos trabalhadores, visando o melhor atendimento às necessidades dos usuários. Assim, a Educação Permanente, em certa medida, pretende transformar o cotidiano do trabalho quando busca agregar a qualificação do trabalhador à melhoria do serviço de saúde, estando em consonância com as necessidades e contextos locais.