ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E POLIFENÓIS TOTAIS DE CALYPTRANTHES TRICONA

ALANA LEDUR, GREICI WILDNER, EDUARDO MIRANDA ETHUR

Resumo


Myrtaceae é a família com maior riqueza específica, com muitas formações naturais, entre elas a floresta ombrófila densa, que compreende cerca de 150 gêneros com aproximadamente 3.600 espécies, sendo uma das maiores famílias da ordem pertencente a Myrtales. Corresponde a 1,32% do total de Angiospermas conhecidas, o que pode ser considerado um bom número para um total de 400 espécies. As Myrtaceaes brasileiras caracteristicamente possuem tronco de casca lisa, que se renova em cada estação de crescimento e florescem, em geral, no início da primavera. Cerca de 71,4% das plantas desta família possuem algum emprego na medicina popular, principalmente em distúrbios gastrointestinais, estados hemorrágicos e doenças infecciosas. Sua ação pode estar relacionada às propriedades adstringentes da planta. As partes mais usadas são as folhas, cascas e também os frutos que são comumente consumidos. A planta escolhida para esse trabalho foi Calyptranthes tricona. O gênero Calyptranthes possui 100 espécies conhecidas, sendo 70 encontradas no Brasil. Normalmente são de porte pequeno, podendo chegara a até 5 metros de altura. Tem folhas verdes e cachos de pequenas flores. O presente trabalho objetiva detectar a ação antioxidante, através do método de redução do radical DPPH, quantificação de polifenóis totais através do método de Folin-Ciocalteau, das folhas de Calyptranthes tricona. A coleta do material vegetal foi realizada no munícipio de Lajeado - RS. As folhas foram desidratadas em estufa com circulação de ar a 40ºC. O extrato etanólico foi obtido por maceração estática utilizando etanol 90º GL por um período de sete dias. O extrato aquoso foi obtido através do processo de infusão, que consiste na adição de água purificada fervente sobre as folhas trituradas durante 30 minutos. Após o período de extração, em ambos procedimentos, o material foi filtrado e o solvente evaporado em rota-evaporador. Como resultados observou-se que a porcentagem de polifenóis extraídas do extrato aquoso foi de 289,0 mg em EAG/g de extrato e o extrato etanólico de 252,1 mg em EAG/g de extrato. Ambos os extratos apresentaram atividade antioxidantes, o extrato etanólico apresentou IC50 de 12,74 e o extrato aquoso apresentou um IC50 de 14,88, utilizando como padrão interno o ácido ascórbico (IC50 8,67). A atividade antioxidante pode estar relacionada com o teor de polifenóis totais encontrados. O extrato etanólico pode ser consierado menos "seletivo" que o aquoso, devido à menor polaridade do solvente, assim o teor de polifenóis encontrado (moléculas polares) foi menor no extrato etanólico comparando com o aquoso. Já a atividade antioxidante foi maior para o extrato etanólico por estar mais próxima do valor de IC50 do padrão. Embora a atividade antioxidante possa ser relacionada com o teor de polifenóis totais, essa relação não é "linear", o que indica a presença de outras classes de compostos com atividade antioxidante no extrato etanólico.


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