VESPIDAE (HYMENOPTERA, INSECTA) NO PLANTIO DE TABACO (NICOTIANA TABACUM L.) EM SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
Vespas sociais são geralmente forrageadoras generalistas, apresentando grande capacidade de forrageamento. Como predadores de insetos, as vespas sociais desempenham um papel importante na cadeia alimentar em ambientes terrestres. Taxonomicamente, as vespas sociais pertencem à Polistinae (Vespidae, Hymenoptera), conhecidas popularmente como marimbondos. Polistinae abrange, na região neotropical, 25 gêneros e mais de 900 espécies, dividido em três tribos: Mischocyttarini, Polistini e Epiponini. Eumeninae apresenta a maior riqueza de espécies dentro de Vespidae, com cerca de 280 espécies em 31 gêneros registradas para o Brasil, sendo todo de hábito solitário. O presente trabalho busca identificar espécies de Vespidae ocorrentes na lavoura de tabaco, dando contribuição e continuidade aos estudos desses himenópteros, bem como contribuir com o inventário da entomofauna da Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC) da Universidade de Santa Cruz do Sul. Foram utilizados nesse estudo os exemplares de Vespidae já armazenados em álcool na CESC, advindos de safras passadas, onde foram coletadas as vespas com armadilhas do tipo terrestre (Pit-fall) e de interceptação de vôo (Malaise), distribuídos em linhas de fora para dentro do plantio de lavouras de tabaco Virginia com manejo convencional e orgânico. O material disponível em álcool foi preparado em seco com alfinetes entomológicos, tombados individualmente e identificado em nível de gênero e espécie na CESC. Até o momento, 262 vespídeos foram preparados e identificados até espécie ou morfoespécie, distribuídos entre 2 subfamílias, 8 gêneros e 16 espécies. A subfamília Polistinae foi a mais abundante, com 258 indivíduos (98% do total), enquanto que Eumeninae perfaz 2%. Acerca dos gêneros de maior presença de indivíduos se enquadram Agelaia e Polybia, com 89 e 103 indivíduos, respectivamente, respondendo por mais de 70% do total de indivíduos. Ambos os gêneros pertencem a Polistinae, o táxon mais diverso de Vespidae no mundo e no Brasil. Quanto aos tipos de manejo, os indivíduos de Vespidae se concentram em maior parte no manejo orgânico, com 208 indivíduos, respondendo a quase 80%. Referente aos tipos de armadilhas, a disparidade é esperadamente maior, onde as armadilhas do tipo Malaise amostraram quase a totalidade dos indivíduos (98%), sendo somente 2% encontrado no material de pit-fall. Com esses dados parciais, já é possível estabelecer uma primeira relação dos himenópteros da família Vespidae com a produção de tabaco e seus diferentes tipos de manejo, bem como contribuir com o inventário de entomofauna da CESC, ampliando o conhecimento da ocorrência da família Vespidae na região.
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