BIODIVERSIDADE ENTOMOLÓGICA DO RIO GRANDE DO SUL - ESTUDO DE CASO
Resumo
O número de insetos no mundo é muito elevado, representando aproximadamente 80% da biodiversidade existente. Eles estão presentes em todos os ambientes e apresentando os mais variados hábitos, podem ser de vida livre ou até parasíticas, de benéficos até altamente prejudiciais ao homem, mas a maioria deles vive de maneira quase despercebida. Por isso, a realização de estudos entomológicos é muito importante, conhecendo e estudando as espécies presentes em um ambiente. Para armazenar o material entomológico e disponibilizar para a ciência é fundamental a existência de uma coleção entomológica que abrange indivíduos mortos ou partes corporais destes indivíduos, devidamente preservados, a tempo indefinido. O presente projeto pretende analisar a entomofauna do campus da Universidade de Santa Cruz do Sul, sendo utilizados dois tipos de armadilhas: Malaise (uma dentro e outra fora da vegetação arbórea) e Pit-Fall (quatro pontos ao redor de cada Malaise). Semanalmente, durante os meses de janeiro a março de 2013, foram realizadas, no total, seis coletas. Todos os espécimes foram triados em nível de ordem, etiquetados e tombados na Coleção Entomológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (CESC). Devido à importância de Hymenoptera como bioindicador do ambiente, o material desta ordem foi processado até nível de família. Em total, foram coletados 10.779 indivíduos, sendo Diptera a ordem mais abundante com 5.968 indivíduos coletados, representando 55%, seguido por Coleoptera, com 1.322 (12%), Formicidae, com 1.168 (11%), incluindo Decapoda, com 736 (7%), Isopoda, com 311 (3%), Collembola, com 268 (2%) e Hymenoptera, com 258 (2%); o restante do material representou 8% distribuído em outras quinze ordens. Dentro da Ordem Hymenoptera, Ichneumonidae com 84 indivíduos representou 32% do total da ordem, seguido por Tiphiidae, com 74 (29%), Braconidae, com 22 (9%), Scelionidae, com 21 (8%) e o restante do material, representando 22%, dividido em outras treze famílias. Todo o material foi depositado em álcool na CESC, que abriga, atualmente, 2.865.432 indivíduos tombados em álcool, sendo, portanto, os mais representativos: Hymenoptera, com 942.416, representando 33%, Diptera, com 619.577 (22%), e Coleoptera, com 569.746 (20%). Tendo como visão girar dados referentes às espécies de insetos no sul do Brasil, a sua distribuição, identificação e tombamento, a Universidade de Santa Cruz do Sul mantém a CESC para armazenar e disponibilizar estes dados para outros pesquisadores, empresas e à comunidade em geral, proporcionando oportunidades de aprendizado e conscientização do trabalho realizado. Por isso, coleções científicas necessitam de curadoria e espaço, o grande problema atual na CESC, onde o grande número de indivíduos desta megacoleção é localizado em um lugar restrito para armazenar adequadamente todos os espécimes.
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