ASPECTOS DA COLEÇÃO ENTOMOLÓGICA DE SANTA CRUZ DO SUL (CESC) EM SECO E DIFICULDADES FÍSICAS ENCONTRADAS
Resumo
O filo Arthropoda compreende o mais numeroso grupo animal existente no planeta terra, sendo os insetos os mais conhecidos e amplamente distribuídos. Para a realização de estudos e trabalhos científicos, bem como a compreensão destes, é de fundamental importância à organização de uma coleção entomológica que abrange indivíduos mortos ou partes corporais destes táxons, devidamente preservados. A manutenção de uma coleção abrange as atividades como coleta, preparo, conservação e catalogação do material existente. A Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC) representa, hoje, um dos únicos acervos entomológicos representativos da biodiversidade da região central do Estado do Rio Grande do Sul. Neste contexto, o presente trabalho tem como principais objetivos melhorar a infra-estrutura da CESC para preservação do material existente, classificar taxonomicamente os espécimes coletados, sendo estes depositados na coleção com suas respectivas identificações, além de aumentar a quantidade de insetos tombados no acervo para um melhor estudo da diversidade da entomofauna da região. A metodologia utilizada segue os previstos internacionalmente para coleções entomológicas, desde a preparação, organização taxonômica até seu tombamento digital. A coleção em seco aumentou nos últimos anos, quase somente pelo processamento de material em álcool, alfinetando individualmente os exemplares tombados em lotes em álcool 70% na posição corporal taxonomicamente correta. Após de secar por 24 horas em estufa, cada indivíduo recebeu etiquetas específicas para sua identificação, onde a primeira etiqueta contém o tipo de armadilha, local de coleta e, na segunda, o número do lote em seco, número lote de que foi retirado do álcool. Atualmente, a Coleção Entomológica conta com 2.902.425 exemplares, sendo na coleção em seco com 36.993 e 2.865.432 exemplares tombados na coleção em álcool. Os táxons mais abundantes na coleção em seco são Hymenoptera, Diptera e Coleoptera, 56%, 27% e 7%, respectivamente, e os demais táxons, 10 %. Em 2013, um total de 263 espécimes de Asilidae foram processados e analisados, sendo que 82 (31,17%) pertenciam à Lecania, 107 (40,68%) à Nerax e 74 (28,13%) à Mallophora. Material alfinetado de Coleoptera foi triada até nível de família, mostrando a presença de 11 famílias diferentes, sendo as três mais representativas são Scarabaeidae com 420 indivíduos, representando 20%, Chysomelidae com 350 (12%) e Cerambycidae com 224 (8%). Atualmente, existe material de 229 pontos de coletas, englobando preferencialmente o Estado de Rio Grande do Sul, mas também estados vizinhos e até de outros países. O estudo entomológico é de suma importância, pois torna acessível o material referencial para controle biológico, compreensão de impactos ambientais, além de disponibilizar material para o estudo didático dos grupos nas escolas. Entretanto, o espaço físico da CESC atualmente se encontra em condições desfavoráveis para uma coleção cientifica, onde a movimentação de pessoas dentro da coleção é "limitado" e, assim, a manutenção e crescimento se torna dificultado; mas espera-se que para os próximos anos essa realidade possa melhorar, já que se trata de patrimônio natural, cultural e cientifico, com material entomológico único no sul do Brasil.
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