IMPLEMENTAÇÃO DA ROTINA ECOTOXICOLÓGICA PARA A AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE DETOXIFICAÇÃO DE EFLUENTE HOSPITALAR, ATRAVÉS DE POA'S, UTILIZANDO CERIODAPHNIA DUBIA COMO ORGANISMO BIOINDICADOR.
Resumo
A água é um bem natural indispensável para os seres vivos, sendo inegável a contaminação destes ambientes nas últimas décadas. A poluição dos corpos hídricos por efluentes hospitalares apresenta risco potencial em função de uma ampla gama de contaminantes associados ao seu descarte, como produtos farmacêuticos, substâncias químicas, desinfetantes, reagentes e agentes patogênicos, gerando um efluente final potencialmente tóxico. Os efluentes gerados na lavanderia correspondem a cerca de 40% do volume de água utilizado nos leitos de hospitais. Assim, estudos sobre o impacto ambiental de efluentes hospitalares são comumente desenvolvidos, avaliando parâmetros físico-químicos e ecotoxicológicos. Os procedimentos de tratamento de efluentes desempenham um papel fundamental no atendimento dos padrões oficiais de qualidade dos mesmos para o ambiente aquático, tendo como objetivo a proteção da saúde pública. Neste sentido, o objetivo do estudo foi implementar a rotina ecotoxicológica para testes crônicos utilizando o microcrustáceo Ceriodaphnia dúbia com organismo bioindicador, visando avaliar a eficiência da detoxificação de um efluente hospitalar através de Processos Oxidativos Avançados (POA's). O efluente bruto foi coletado em um hospital localizado no Vale do Rio Pardo, RS, correspondente à etapa de enxágua inicial de compressas. O efluente bruto foi submetido à POA's, procedimentos desenvolvidos em conjunto com a área Biológica, Química e Física da Universidade de Santa Cruz do Sul. A realização dos ensaios com o organismo-teste Ceriodaphnia dubia segue a norma brasileira 13373 (ABNT, 2005). Em síntese, este ensaio consiste em expor fêmeas com menos de 24 horas de idade a diferentes concentrações da amostra, por um período de sete dias. O sistema utilizado é o semi-estático, na qual se realiza a substituição da amostra durante o decorrer do ensaio. Visando a atestar o sucesso do cultivo dos microcrustáceos, foram realizados ensaios de sensibilidade com a substância de referência, Cloreto de Potássio, em diferentes concentrações. Os resultados obtidos evidenciaram que o coeficiente de variação esteve dentro da precisão analítica esperada para os testes de sensibilidade, validando, assim, as condições de realização dos ensaios (C.V = 22,0%). A faixa ideal para a CE(I)50 24 horas foi de -0,01 mg L-1 a 0,47 mg L-1 para substância de referência utilizando Ceriodaphnia dubia. Os resultados dos ensaios de sensibilidade não ultrapassaram os limites de controle (dois desvios-padrão), condicionando, assim, a realização de testes ecotoxicológicos.
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