ESTUDO DA SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE ATERRO NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL.
Resumo
Uma área em estado de regeneração natural tem a tendência, ao decorrer dos anos, de aumentar a presença de arbustos que, por consequência, realizam sombra e diminuem a presença das ervas. Então ocorre uma grande queda nos valores de cobertura, pois neste momento os arbustos morrerão e começará a colonização por árvores, até que ocorra o clímax. Este comportamento da vegetação é conhecido como a sucessão vegetal. A importância dessa vegetação está ligada à manutenção da biodiversidade, que inicia o estabelecimento da sucessão vegetal e, por conseguinte, da sequência de organismos a ela associados. O presente trabalho tem por objetivo apresentar dados de levantamento fitossociológico em uma área no estado de regeneração natural, comparando-se três anos em que se aplicou a fitossociologia (2009, 2012 e 2013). O trabalho foi desenvolvido em área de aterro da empresa Souza Cruz, localizado nas coordenadas 29º43'59"S e 52º24'52"W, no município de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, abrangendo uma área de dois hectares. Os primeiros levantamentos quantitativos foram efetuados em 2009, estabelecendo-se duas parcelas de 5m x 5m, em 17 pontos amostrais, totalizando 34 parcelas. O procedimento amostral foi repetido em 2012 e 2013. Todos os espécimes foram coletados conforme as técnicas usuais em Botânica, identificadas e armazenadas no herbário HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Verificou-se a presença e estimou-se a cobertura das espécies através da escala de Daubenmire para o estrato herbáceo-arbustivo. Para o estrato arbóreo foram incluídos os indivíduos com o perímetro à altura do peito (PAP) acima ou igual a 15 cm, comparando-se os dados obtidos nos diferentes anos de amostragem. No ano de 2009, havia 12 espécies arbóreas distribuídas em 11 pontos e em 2012 houve aumento no número de exemplares e também na distribuição destas espécies, que ocorreram em 15 pontos. Em relação ao estrato herbáceo e arbustivo, no ano de 2009 as espécies Andropogon bicornis, Eryngium sp.1, Eupatorium laevigatum e Axonopus sp. estiveram presentes em praticamente todas as parcelas com cobertura entre 1 e 3. Em 2012, diminuíram sua frequência e em 2013 a espécie Axonopus sp. não ocorreu em nenhum ponto, ao contrário de Eupatorium laevigatum e Andropogon bicornis, que aumentaram a sua frequência, sendo registradas em quase todas as parcelas, com cobertura entre 1 e 2. Este fato pode ser explicado pelas distintas estações em que foram realizados os levantamentos. Nestes três anos, algumas ervas e arbustos foram perdendo seus espaços às árvores. Em 2013, houve, em alguns pontos, aumento no total de indivíduos arbóreos, indicando a sucessão vegetal na área de estudo.
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