OS TRABALHADORES E A EDUCAÇÃO PERMANENTE NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: DESEJOS E INCENTIVOS

MAIARA ISABEL FERREIRA DA SILVA, CAMILA FINKLER, HELOISA FALEIRO, MARISTELA SOARES DE REZENDE, LENI DIAS WEIGELT

Resumo


O presente estudo refere-se a um recorte da pesquisa "O processo de gestão do trabalho e de Educação Permanente em saúde dos trabalhadores que atuam no SUS, no âmbito da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS (CRS/RS)", desenvolvida, a partir de 2012, por pesquisadores e bolsistas do "Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde" (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul, e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC sob protocolo nº 3054/11. Esse estudo tem por objetivo identificar a realização de capacitações por trabalhadores da saúde pertencentes a 13ª CRS/RS vinculada ao incentivo do município, bem com os temas que estes gostariam que fossem tratados nos processos de aperfeiçoamento. Participaram da pesquisa 300 trabalhadores de saúde pertencentes a 13ªCRS/RS. O instrumento de coleta aplicado foi um questionário composto por questões abertas e fechadas que geraram dados, posteriormente organizados por meio do software Statístical Package for the Social Sciences 20.0 (SPSS) e submetidos à análise quantitativa. Os resultados apontaram que dos 300 trabalhadores de saúde pesquisados, 108 (36%) são profissionais da saúde com graduação (enfermeiros, médicos, nutricionistas, dentistas, farmacêuticos, psicólogos); 70 (23%) auxiliares e técnicos da saúde; 61 (20%) são agentes de saúde; 25 (9%) trabalham em serviços administrativos; 24 (8%) atuam nos serviços de apoio, como higienização, motorista, serviços gerais; e 12 (4%) ocupam cargos de chefia. Deste total, 238 (79%) afirmaram realizar cursos de capacitação para aperfeiçoamento e atualização, e 62 (21%) não realizaram capacitações. Foram enfatizadas como instituições promotoras destes eventos as Secretarias Municipais e Estadual de Saúde. Identificou-se que, nos dois últimos anos, os Agentes Comunitários de Saúde, os Agentes de Endemias e Redutor de Danos foram os que mais participaram destes eventos (92,72%); seguidos por profissionais de saúde com nível superior (75,79%); e Auxiliares e Técnicos de Saúde (67,15%). Destaca-se que, dos 12 trabalhadores com cargo de chefia, apenas dois afirmaram a participação em capacitação nos últimos dois anos. Em relação aos assuntos que os trabalhadores gostariam que fosse tratado nas capacitações, a maioria (60,33%) referiu interesse naqueles específicos da área de atuação e clínica. Além destes, foram citadas a saúde coletiva, da família, a atenção básica, e outros relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto ao incentivo, 124 (41%) disseram que não existe; 48 (16%) desconhecem; e 3 (1%) não opinaram. No entanto, entre os 125 (42%) trabalhadores que apontaram o incentivo pela Secretaria Municipal de Saúde para atividades de educação permanente, 85,6% registraram que o mesmo se dá através da realização de capacitações, oficinas, palestras, pela liberação de carga horária e por meio de grupos de estudo e debate. Destaca-se que 4% apontaram o incentivo financeiro. Constata-se o interesse dos trabalhadores por capacitações, especialmente na sua área de atuação. Entretanto, verifica-se uma considerável lacuna no que se refere à promoção e incentivo institucional para educação permanente em saúde.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.