ASSOCIAÇÃO ENTRE CAPACIDADE VITAL FORÇADA E PRESSÕES RESPIRATÓRIAS MÁXIMAS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
Resumo
Considerada um evento de risco tanto para os idosos quanto para os jovens, a hospitalização somada à condição clínica prévia dos pacientes pode levar à redução da capacidade funcional e da função pulmonar. Pode ocorrer redução dos volumes pulmonares, especificamente da capacidade vital, devido à restrição ao leito hospitalar e à hipoventilação, o que pode causar redução da força muscular respiratória (FMR). O objetivo do presente estudo é o de avaliar possível associação entre a FMR e a Capacidade Vital Forçada (CVF) em indivíduos hospitalizados. Foi realizado estudo de caráter transversal com amostra não probabilística por conveniência, onde foram avaliados pacientes com idade entre 20 e 90 anos, internados devido a eventos clínicos agudos ou crônicos agudizados secundários a intervenções não-cirúrgicas, com tempo de internação superior a 48 horas e condições cognitivas adequadas para responder aos comandos verbais. Foram aferidas a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial (PA) e a saturação periférica de oxigênio (SpO2). A CVF% foi obtida por espirometria digital (EasyOne®, Modelo 2001) com paciente posicionado em sedestação, sendo realizadas 3 manobras com validação do maior valor obtido. Para avaliação da FMR foram medidas a pressão inspiratória máxima (PImax) e a pressão expiratória máxima (PEmax) através de manovacuometria digital (MDI®, modelo MVD300), sendo os resultados expressos em percentual do predito (Neder et al. 1999). Os dados foram analisados quanto à normalidade pelo teste de Shapiro Wilk; para correlacionar as variáveis foi utilizado o teste de Correlação de Pearson através do software Statistical Package for the Social Sciences (versão 20.0), adotando um p<0,05 para efeito significância estatística. Foram avaliados 37 pacientes com média de idade de 55,62 ± 16,16 anos, sendo 21 mulheres (IMC = 27,19 ± 5,46 Kg/m2) e 16 homens (IMC = 24,52 ± 4,14 Kg/m2). A média de internação dos pacientes até a data da avaliação foi de 7,09 ± 5,39 dias. Constatou-se redução da CVF% (53,19%), da PImax% (43,23%) e da PEmax% (14,11%) no grupo de indivíduos avaliados em relação ao predito. Observada correlação moderada entre a CVF% e a PImax% (r=0,357; p=0,03), bem como entre a CVF% e a PEmax% (r=0,391; p=0,017). Conclui-se que tais variáveis apresentaram-se reduzidas devido possivelmente ao imobilismo no leito. O presente estudo apresenta algumas limitações como a de não ter avaliado a condição pré-internação dos sujeitos. Conclui-se, também, que nos pacientes hospitalizados quanto menores os valores preditos de CVF, menores os valores de força muscular respiratória, ou seja, a força muscular respiratória está intimamente relacionada com a quantidade de volume de ar mobilizado pelos indivíduos hospitalizados.
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