CONTROLE BIOLÓGICO DE FRANKLINIELLA OCCIDENTALIS (THYSANOPTERA: THRIPIDAE), NO CULTIVO DE GÉRBERAS, UTILIZANDO O FUNGO ENTOMOPATÓGENO BEAUVERIA BASSIANA.

CLEDER PEZZINI, CARLO DUSO, ANDREAS KOHLER

Resumo


Os tripes são uma das pragas mais importantes em cultivos protegidos, principalmente o de hortícolas e plantas ornamentais. Altas infestações desse inseto podem provocar um dano notável e causar grandes perdas de produção, além de transmitir vírus às plantas, afetando a qualidade dos produtos e sua comercialização. Estratégias de controle desta praga baseiam-se, predominantemente, em aplicações repetidas de produtos químicos até a redução da população, sendo em alguns casos ineficientes. Portanto, uma alternativa para o controle de F. occidentalis em cultivos protegidos é a utilização de fungos entomopatogênicos. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi o de avaliar o efeito do fungo B. bassiana no controle de tripes no cultivo de gérberas em estufas. Os testes foram conduzidos no Laboratório de Entomologia Agrária da Universidade de Padova, Itália, onde foram mantidas plantas de gérbera em potes plásticos em floração, infestadas de tripes dentro de gaiolas. Antes do primeiro tratamento, foi efetuado um levantamento populacional, para determinação da infestação inicial de F. occidentalis nas plantas, para obter uma infestação homogenia. Os três seguintes tratamentos foram testados: o primeiro, pulverizando o produto (B. bassiana diluído em água) somente sobre as folhas; o segundo, pulverizando o produto sobre as folhas e sobre o solo; e o terceiro, pulverizando somente água (testemunha). Após uma semana os tratamentos foram repetidos. Para cada tratamento utilizou-se quatro gaiolas separadas (repetições). Semanalmente, foi feito um levantamento de tripes em cada planta durante oito semanas, avaliando quatro folhas, e flores quando presentes, com o auxilio de uma lente de aumento. Também foram realizadas semanalmente coletas do solo de todos os potes para confirmar a presença ou ausência de B. bassiana no solo, utilizando tubos estéreis, onde se introduzia posteriormente uma larva de lepidóptera ao solo. Após uma semana essas larvas eram retiradas, postas em placas de Petri com ágar, para verificar o crescimento ou não do fungo sobre a larva. No levantamento inicial, não havia diferença em relação ao número de tripes por planta entre os três tratamentos. Uma semana após a primeira aplicação, o tratamento sobre as folhas e o tratamento sobre as folhas e o terreno, reduziram pela metade a população inicial de F. occidentalis ao contrario da testemunha que teve um aumento da população. Nos dois tratamentos com B. bassiana, ao logo de cada semana, foi diminuída gradativamente a população de tripes, reduzindo quase que totalmente a população ao longo das oito semanas, mas sem diferença significativa entre elas, somente em relação à testemunha, que manteve a população constante. O fungo B. bassiana reduziu igualmente a população de F. occidentalis, independentemente do tipo de aplicação, concluindo que para o controle de tripes em gérberas é suficiente fazer aplicações de B. bassiana somente sobre a área folhar. Também, em todas as semanas do levantamento, se observou a presença de B. bassiana no solo em ambos os tratamentos, mostrando que o fungo permaneceu no solo. Desta forma, o presente trabalho demonstrou a possibilidade da utilização do fungo B. bassiana para o controle de F. occidentalis na cultura de gérberas como uma das estratégias de manejo integrado de pragas.


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