PRESENÇA DE DISLIPIDEMIA E USO DE ESTATINAS EM TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA E PRODUTORES RURAIS: ESTUDO PRELIMINAR

CAROLINE GLIER, VALERIANO ANTONIO CORBELLINI, ÉBONI MARÍLIA R UTER, HILDEGARD HEDWIG POHL, MIRIAM BEATRIS RECKZIEGEL

Resumo


O grande número de indivíduos com dislipidemias é indicador de que não há um controle efetivo dos níveis lipídicos da população, uma vez que a partir das transformações ocoridas nos hábitos dietéticos, culturais e do estilo de vida vêm alterando este perfil lipídico das diferentes populações, como apontam os números de sujeitos afetados. A busca do controle da dislipidemia está associada à prescrição das estatinas, enquanto este poderia vir a ser feito com alimentação saudável e prática de exercícios físicos, visto que a dislipidemia é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença arterial coronariana. O presente trabalho objetiva caracterizar trabalhadores da agroindústria e produtores rurais quanto à presença de dislipidemia e uso de estatinas, associado a variáveis demográficas. Foi feito estudo transversal, observacional e analítico, realizado com 127 sujeitos provenientes da microrregião sul do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo, avaliados no projeto "Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde" em 2012 e 2013, sujeitos que atuam no segmento da agroindústria e da produção rural. Para definição da presença ou ausência de dislipidemia foram adotados os parâmetros da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2007). O uso de estatinas foi autorreferido pelos sujeitos no questionário de estilo de vida, bem como o sexo e a idade, definida através da mediana da idade dos que compuseram a amostra. Os dados foram tabulados e analisados no Statistical Package for Social Sciences (SPSS 20.0), utilizando medidas de frequência e percentual, além do teste Exato de Fisher, considerando-se significativo p < 0,05. Os resultados apontaram que dos 127 sujeitos avaliados, 61,4% são dislipidêmicos, dos quais 89,7% não fazem uso de estatinas. Já quanto aos 38,6% sujeitos não dislipidêmicos, 12,2% fazem uso de estatina. Com relação ao sexo, no feminino (79) observa-se que 55 são dislipidêmicas e 24 não, enquanto no sexo masculino 23 sujeitos são dislipidêmicos e 25 não. Observou-se, também, que os sujeitos com idades inferiores a 53 anos não fazem a uso de estatinas, mesmo com a presença de dislipidemia; já os sujeitos com idade igual ou superior aos 53 anos, em sua maioria (80,5%), são dislipidêmicos. Cabe ressaltar que 10,3% dos dislipidêmicos e 12,2% dos não dislipidêmicos usam estatinas. Entre os resultados, apresentaram correlação a faixa etária e o uso de estatina, tanto nos sujeitos com dislipidemia (p=0,006) quanto nos com ausência desta alteração metabólica (p=0,022). Diante dos resultados pode-se observar que as mulheres e os sujeitos no intervalo etário de 53 anos ou mais representaram o maior número de indivíduos com alterações metabólicas. Por outro lado, foi constatado alguns que não utilizam estatinas sendo dislipidêmicos, indicando falta de informação e controle dos dislipidêmicos em manterem seus níveis lipídicos controlados, principalmente associados com alimentação e atividade física adequada.


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