COLEÇÃO ENTOMOLÓGICA DE SANTA CRUZ DO SUL (CESC), RS, BRASIL: ANÁLISES DE INDIVÍDUOS DA COLEÇÃO EM ÁLCOOL.

RAQUEL SANTOS FIGUEIREDO, ANDREAS KOHLER

Resumo


As coleções científicas constituem uma fonte crucial de informações para todos os que, por sua atividade, precisam de dados sobre seres vivos, sendo de fundamental importância oferecer os elementos para comprovação de toda pesquisa pregressa. Todo material utilizado por pesquisadores para publicação dos resultados de seus estudos, elaboração de novas tecnologias, há que estar devidamente preservado e podendo ser utilizado, posteriormente, em confrontações. A Universidade de Santa Cruz do Sul possui, desde 2001, a Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC) que, embora seja recente, teve um crescimento rápido devido a projetos na área de controle biológico. Sendo que já possui mais de dois milhões de indivíduos tombados, devido ao seu grande número de espécimes, a coleção pertence ao grupo das mega-coleções brasileiras, sendo assim é uma das únicas de maior porte do interior do Estado. O presente trabalho tem como principais objetivos a organização da coleção, que consiste em classificar taxonomicamente os novos espécimes coletados, sendo estes tombados na coleção com suas respectivas identificações, de maneira que os dados de identificação e coleta fiquem disponíveis para a comunidade cientifica e para avaliação das novas tecnologias investigadas nos projetos específicos. Para a preservação dos insetos em meio liquido é utilizando álcool 70%. Todo material preservado em meio liquido da Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul foi coletado com o auxilio de armadilhas principalmente do tipo Malaise e Pit-fall, no RS e estados vizinhos. A coleção em álcool abriga atualmente 2.865.432 indivíduos em 58.191 lotes tombados e classificados em 29 táxons. Durante o período de vigência da bolsa foi incorporado à coleção em álcool um total de 225.208 indivíduos, sendo que os táxons mais representativos foram: Coleoptera (36%), Diptera (29%), Hymenoptera (22%), Collembola (11%) e Hemiptera (2%). Dentro do grupo de Hymenoptera, encontram-se muitas espécies benéficas. Muitas vespas parasitoides têm sido usadas, por exemplo, para processos tecnológicos de controle biológico de espécies pragas em lavouras. Durante o período de vigência da bolsa foram tombados um total de 6.724 himenópteros parasitoides, as famílias mais representativas foram Scelionidae (40%), Ichneumonidae (19%) e Braconidae (12%). A identificação de himenópteros e sua catalogação permitem conhecer a diversidade de vespas parasitoides na região e, assim, seu potencial nos programas de Manejo Integrado de Pragas. A utilização de vespas parasitoides permite de maneira natural o equilíbrio de insetos praga com a utilização de seus inimigos naturais. Por isso, o controle biológico é mais vantajoso, pois não polui o ambiente e não causa desequilíbrios ecológicos, se comparados aos agentes químicos. A CESC serve como suporte indispensável para pesquisas de novas tecnologias, já que todas as inovações tecnológicas de manejo integrado de pragas agrícolas apresentam, como base, estudos taxonômicos, avaliando a eficácia das novas tecnologias em campo. E, portanto, a preservação da CESC é de suma importância, pois nela há dados científicos de biodiversidade, dando suporte a pesquisas e estando disponível para receber pesquisadores interessados no material entomológico.


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