AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: PERFIL DE TRABALHADORES NOS MUNICIPIOS DE ABRANGÊNCIA DA 13ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE/RS
Resumo
Institucionalizado pelo Ministério da Saúde em 1991, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) surge com o intuito de reorientar o modelo assistencial em saúde a partir da atenção básica. Desta forma, busca confrontar-se com as necessidades de saúde da população em situação de risco e a alteração da atenção médico-centrado para o planejamento em equipe multiprofissional. Esta prática, além de melhorar a capacidade da população em cuidar de sua saúde, contribui para a edificação e consolidação dos sistemas locais de saúde, fortalecendo a ligação entre serviços de saúde e comunidade e ampliando o acesso à saúde. Como profissional que estabelece um elo entre a comunidade e o serviço de saúde, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) desenvolve ações de saúde com ênfase na promoção e prevenção. Para dar conta dessas ações, mostra-se importante conhecer quem são esses trabalhadores, de forma a elaborar seu o perfil. Assim, este estudo objetivou investigar o perfil dos ACS de Estratégias de Saúde da Família (ESF) de 13 municípios de circunscrição da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS. Trata-se de um estudo quantitativo, caracterizando-se como um recorte da pesquisa "O cotidiano e as perspectivas profissionais dos Agentes Comunitários de Saúde da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul", com os dados coletados no período de 2012 a 2013. Os sujeitos foram 164 ACS de Estratégias de Saúde da Família, perfazendo um total de 33 equipes de ESF. Para a coleta de dados, utilizou-se entrevistas compostas por questões semi-estruturadas contendo variáveis com questões abertas e fechadas, sendo essas gravadas e posteriormente transcritas. Especificamente, para este estudo, foram selecionadas questões deste instrumento que tratavam do perfil a ser elaborado. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva com o software SPSS 20.0 com análise de frequência. A pesquisa foi realizada de acordo com os princípios éticos presentes na Resolução 196/96, Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo Seres Humanos, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sendo submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob o protocolo nº 3049/1. A análise dos resultados aponta que a maioria dos sujeitos pesquisados é do sexo feminino (92,1%), com idade entre 18 a 29 anos (40,8%) e 30 a 41 anos (39,6%), das quais 43,9% são casadas, de religião católica (68,1%) e 36,8% tem apenas um filho. Quanto à escolaridade, 61% possui ensino médio completo; foram admitidas como ACS por processo seletivo (52,4%) e atuam na profissão de 1 a 3 anos (35,4%). Além disso, 69,9% dos sujeitos referiu não ter outra atividade além da que exerce como Agente Comunitário. A partir desta análise foi possível conhecer o perfil dos Agentes Comunitários de Saúde que atuam nas Estratégias de Saúde da Família de 13 municípios do Rio Grande do Sul, considerando que, apesar das características regionais, a maioria dos ACS entrevistados reside e atua no meio rural e tem esta atividade como uma oportunidade de emprego formal. Além disso, estes resultados são de grande importância para o conhecimento desta região, bem como para que os gestores possam reconhecer a cultura desses sujeitos adequando às formas de capacitação para que as ações em saúde sejam desenvolvidas a partir da transmissão de informações e conhecimentos.
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