A RELAÇÃO DA INGESTÃO DE VITAMINA C E OS NÍVEIS DE DANO DO DNA EM PRÉ-DIABÉTICOS.

LUANA BEATRIZ LIMBERGER, CAMILA SCHREINER , LIZIANE HERMES , PATRÍCIA MOLZ, DANIEL PRA, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


A vitamina C, também designada por ácido ascórbico, é uma vitamina hidrossolúvel com capacidade antioxidante. A recomendação de consumo diário de vitamina C é de 90 mg para homens e 75 mg para mulheres. A vitamina C é um cofator essencial para uma série de enzimas envolvidas em diversas vias metabólicas. Estudos indicam que a vitamina C pode atuar na diminuição do estresse oxidativo em pacientes diabéticos. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre a ingestão de vitamina C e os níveis de danos no DNA em pacientes pré-diabéticos. Os indivíduos participantes deste estudo foram selecionados através de critérios de admissão (incluíram adultos com idades entre 28 a 59 anos que estavam com risco de progressão para diabetes com glicemia de jejum entre 100-125 mg/ dL e que não estavam usando no momento medicamentos hipoglicemiantes e/ou insulina). Para determinar a quantidade de vitamina C ingerida, foram aplicados três recordatórios alimentares. As informações alimentares foram digitadas no programa DietWin®, sendo obtidas as médias de ingestão de vitamina C pelos indivíduos. Amostras sanguíneas foram coletadas para determinar a glicose de jejum, a hemoglobina glicada (A1C) e os níveis de dano no DNA. Para avaliar os níveis de danos no DNA foram utilizados o Ensaio Cometa e o Teste de Citoma de Micronúcleos de células binucleadas. Ao todo, participaram da pesquisa 60 indivíduos com idade média de 50 ± 9,75. A ingestão média de vitamina C foi de 98,74 ± 9,42 mg. Os resultados encontrados indicaram que a ingestão de vitamina C não se correlacionou significativamente com a glicose de jejum (r=-0,06 e p=0,68) ou com a A1C (r=-0,09 e p=0,50). Por outro lado, a ingestão de vitamina C correlacionou negativamente com o número de células necróticas (r=-0,41 e p=0,01) e apoptóticas (r=-0,42 e p=0,01), ocorrendo o mesmo com o nível de dano no DNA (r= -0,337 e p=0,031), o que suscitam a ideia de um efeito benéfico da ingestão de vitamina C realizada pelos indivíduos. O consumo de vitamina C diminuiu o índice de dano significativamente (r=-0,33 e p=0,02), sugerindo que esta agiu como um antioxidante diminuindo os danos oxidativos. Entretanto, a vitamina C não diminuiu a frequência de micronúcleos (r=0,06 e p=0,74). A vitamina C, nos níveis ingeridos pela população estudada, parece ser benéfica, pois reduziu a citotoxidade e o nível de dano no DNA. Este tema requer que futuramente, sejam realizados mais estudos de forma a compreender-se melhor a pertinência da vitamina C no diabetes tipo 2.


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