O TRABALHADOR DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A PARTICIPAÇÃO EM PROCESSOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE

JÉSSIKA RANTZ, FABRINE DAIANE KESSELER, LENI DIAS WEIGELT, SUSANE BEATRIZ FRANTZ KRUG

Resumo


O presente estudo busca saber se há uma relação entre o período de atuação do trabalhador da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul (13ª CRS-RS) e a participação em atividades de Educação Permanente em Saúde. A Educação Permanente, como Política Nacional de formação e desenvolvimento para o conjunto dos profissionais de saúde, refere-se à aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao processo de trabalho, visando à transformação das práticas profissionais. A capacitação dos trabalhadores da saúde deve considerar as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde. Este estudo foi realizado a partir de dados parciais obtidos pela pesquisa "O processo de Gestão do Trabalho e de Educação Permanente em Saúde dos trabalhadores que atuam no SUS no âmbito da 13ª CRS-RS", desenvolvida a partir de 2012 por pesquisadores e bolsistas do "Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde (GEPS)", da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Trata-se de um estudo exploratório descritivo, do tipo quanti-qualitativo, que envolveu 300 trabalhadores que atuam em diferentes setores - diretamente na prestação de assistência, como, também, administrativamente - nas secretarias de saúde dos 13 municípios pertencentes à 13ª CRS/RS. A análise dos dados ocorreu a partir da Análise de Conteúdo e por estratificações numéricas a partir do software Statistical Package for the Social Sciences 20.0 (SPSS). Em relação ao tempo de atuação dos trabalhadores na área de saúde em seu município, verificou-se que 27% atuam entre 1 a 3 anos e 21% por mais de 13 anos; os outros 52% atuam há menos de um ano e entre 4 a 12 anos. Em relação às capacitações, o estudo aponta que não há relação entre o tempo de atividade e a participação em capacitações, visto que os trabalhadores, independentemente de estarem atuando há mais de 13 anos na área, apresentam reduzida participação em capacitações, enquanto que outros trabalham há apenas um ano e tem participação em vários processos de educação permanente. É inevitável ressaltar a importância de haver capacitações em saúde, tanto para os trabalhadores que estarão mais preparados e eficientes quanto para os usuários que serão melhores atendidos. Percebe-se, portanto, a educação permanente em saúde como forma de problematizar, verificando a ocorrência de problemas e solucioná-los visando, obviamente, a melhoria do trabalho. Considera-se, a partir dos resultados obtidos no estudo, que, por recente inserção de ações de Educação Permanente nos municípios, os trabalhadores com maior tempo de atividade profissional não tiveram a oportunidade de usufruir dessas práticas, como os mais jovens estão tendo.


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