ANÁLISE DO ÍNDICE DE RISCO CARDÍACO (RISKO) EM TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA E PRODUTORES RURAIS DE QUATRO MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL
Resumo
As últimas décadas têm se constituído pelas diversas transformações na condição de vida e na saúde da população com consequentes modificações no estilo de vida, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Entre as várias possibilidades de identificação de risco, o Índice de Risco Cardíaco (RISKO) é uma ferramenta de avaliação baseada em variáveis de estilo de vida como: colesterol total, peso, atividades laborais e esportivas, tabagismo e pressão arterial de repouso, além das referentes ao sexo e hereditariedade. O presente estudo objetiva caracterizar em trabalhadores da agroindústria e produtores rurais os níveis de risco presentes, estabelecendo associações entre sexo, faixa etária e por localidades de domicílio dos sujeitos. Através de um estudo observacional, descritivo, realizado com 73 trabalhadores de quatro municípios (Santa Cruz do Sul, Vale Verde, Passo do Sobrado e Candelária), que integram o projeto "Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde". Para tanto, foi aplicado questionário de estilo de vida e realizadas avaliações antropométricas, cardiorrespiratória e bioquímicas. No escore RISKO as variáveis são pontuadas - gerando um somatório - e posteriormente classificadas, dispostas da seguinte forma (ordem crescente): risco remoto, abaixo da média, médio, moderado e elevado. Na análise estatística, foi utilizado o programa Statistical Package for Social Sciences for Windows (SPSS, versão 20.0), através de estatística descritiva, de medidas de tendência central e dispersão para variáveis numéricas, e frequência e percentual para variáveis categóricas. A amostra, composta de 64,4% de mulheres, com média de idade de 50,50 (DP 11,59) anos, revelou os seguintes valores contínuos do escore RISKO: mínimo 8; máximo 39; média 21,64; DP 4,48 e mediana 22,0. Em ambos os sexos predominou o escore de risco médio, com 65,4% para homens e 66,0% para mulheres. A classificação mais positiva em relação à saúde (risco remoto) foi verificado em apenas uma mulher, enquanto que na outra extremidade (risco elevado) pontuou somente um homem. Quanto à faixa etária, para aqueles ⤠49 anos verificou-se o predomínio das classificações abaixo da média (35,7%) e média (53,6%), enquanto que para aqueles ⥠50 anos as classes que prevaleceram foram média (73,3%) e moderada (26,7%). Os casos únicos e extemos (remoto e elevado) ocorreram em sujeitos com < 40 anos. O município de Vale Verde apresentou 93,8% trabalhadores classificados de forma negativa em relação à saúde (índice médio, moderado e elevado), seguido de Candelária (86,4%), Santa Cruz do Sul (84,2%) e Passo do Sobrado (75,1%). Mediante os resultados apresentados, podemos observar que um número considerável de sujeitos apresentaram classificações desfavoráveis à saúde, apontando a necessidade de ações preventivas de informações em saúde a serem desenvolvidas junto a esta população, especialmente porque o escore RISKO considera fatores do estilo de vida, que podem ser modificáveis.
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