ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL DE ÁREAS DE MATA CILIAR DEGRADADAS NO RIO TAQUARI, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.

PATRÍCIA ZAMPOL, ARTHUR HENRIQUE ELY THOMÉ, LETÍCIA RODRIGUES VIEIRA, ELISETE MARIA DE FREITAS, EDUARDO PÉRICO

Resumo


A extração de grande parte da vegetação nativa presente nas margens de rios para utilização como lazer, além do uso para a criação de gado, para o cultivo agrícola, expansão urbana, extração de areia e cascalho tem sido responsável pela intensa degradação das margens de rios. Outro fator, porém natural, mas que acaba contribuindo para a erosão das margens, são as enchentes que atingem o Vale do Taquari, que, devido à vazão de suas águas, acabam removendo boa parte do solo, devido à fragilidade e fragmentação em que se encontram estas margens, muitas vezes desprovida totalmente de cobertura vegetal. Como consequência, as margens de rios e arroios vêm sendo erodidas, causando alargamento do seu leito, assoreamento e perda de grande quantidade de solo. Apesar do estado de degradação em que estas formações se encontram, são escassos os estudos das matas ciliares tanto no Vale do Taquari como em todo o Rio Grande do Sul, o que dificulta a implantação de projetos para a sua recuperação. O presente estudo tem como objetivos conhecer a composição florística e fitossociológica em seis áreas degradadas de Mata Ciliar do Rio Taquari, listar as espécies com potencial para a colonização das margens de rios quando a cobertura original é removida, visando à orientação para a adequada implantação de projetos de recuperação dessas áreas quando degradadas. Foram selecionadas seis áreas sem cobertura vegetal arbórea nas margens do rio Taquari, nos municípios de Estrela, Roca Sales, Colinas, Lajeado, Arroio do Meio e Encantado. O levantamento florístico está sendo realizado através de caminhadas por todas as áreas, quando são coletados exemplares de todas as espécies encontradas para posterior identificação. O material fértil é desidratado e herborizado para deposição no Herbário HVAT. Para a comparação da estrutura das comunidades vegetais da área, está sendo realizado o levantamento fitossociológico através de unidades amostrais (UAs) de 1m² nas seis áreas, estas serão distribuídas ao longo de transectos, mantendo-se uma distância de 3 metros entre cada transecto e cinco metros entre cada UA. Dentro de cada UA está sendo obtida visualmente a cobertura das espécies, do solo exposto e do material morto. Com esses dados serão definidos os parâmetros de cobertura e frequência, absolutos e relativos, e o índice de valor de importância para cada variável avaliada. Foram identificadas até o momento 106 espécies, distribuídas em 89 gêneros e 28 famílias botânicas. Entre as famílias, Asteraceae, com 21 espécies, Poaceae, com 13 espécies e Solanaceae, com sete, são as mais numerosas. Do total de espécies, 12 são exóticas, dentre as quais Cenchrus purpureus tem estado presente em praticamente todas as áreas.


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