A POSIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA DIANTE DO USO DE CÉLULAS- TRONCO EMBRIONÁRIAS PARA PESQUISA

FABIANE SCHMIDT , RUDOLF VON SINNER

Resumo


O presente trabalho tem por objetivo analisar sob um olhar teológico a ciência e bioética, buscando conceitos e saberes sobre a dignidade da vida, e apontar para os limites da ciência e a importância da religião para tomada de decisões a respeito da bioética. A espiritualidade deve ser considerada uma área relevante, pois tem uma grande repercussão e reflexão sobre a vida humana. Na busca por uma relação mais positiva da ciência e religião, com base nos direitos humanos e opinião pública, o presente trabalho pretende esclarecer reações e implicações em torno do uso de células-tronco embrionárias a partir de colocações e questionamentos da Igreja Católica. A discussão se situa na utilização de embriões congelados que na maioria são armazenados em clínicas de Reprodução Assistida. Busca apresentar possibilidades e avanços que o uso das células-tronco embrionárias traz para a cura de muitas doenças que há pouco tempo se diziam sem cura. Na verdade, nenhuma cura ainda foi elaborada com sucesso a partir de células embrionárias, sendo apenas uma promessa. Já com células adultas há curas comprovadas, praticadas, por exemplo, no Hospital São Lucas da PUC-RS, que não usa, por princípio, células-tronco embrionárias. Aponta para uma perspectiva de reflexão teológica em diálogo com as ciências, culturas e religiões, caracterizando os desafios e possibilidades para a vida social, política, econômica e cultural da sociedade, interagindo com a Igreja Católica e suas crenças. A grande questão está na aceitação do uso dessas células, pois, para essas pesquisas, o embrião deve ser destruído. Isto implica em questões éticas e religiosas, pois algumas posições, entre elas a da Igreja Católica, consideram o embrião uma pessoa. Segundo os cientistas, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que, mesmo se implantados no útero de uma mulher, dificilmente resultariam em uma gravidez, ou seja, embriões que provavelmente nunca se desenvolverão. Porém, essa ideia esbarra na oposição de setores religiosos e grupos anti-aborto que consideram que a vida começa no momento da concepção, ou seja, defendem que a utilização de embriões resultantes de óvulos fecundados in vitro em clínicas de fertilização humana para pesquisas equivaleria ao aborto. A metodologia de pesquisa utilizada é bibliográfica, caracterizando pontos principais na história no desenvolvimento das pesquisas com células-tronco, construindo um diálogo entre teologia e bioética em busca de sentido e preocupados com o futuro.

PALAVRAS-CHAVE: Células - tronco embrionárias, Igreja Católica, Pesquisa com embriões.


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