TIPO DE DESLOCAMENTO PARA A ESCOLA, HÁBITO DE ASSISTIR TV E FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICOS: ESTUDO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA ZONA URBANA E RURAL DE SANTA CRUZ DO SUL.

LETÍCIA DE BORBA SCHNEIDERS, ANDRÉIA ROSANE DE MOURA VALIM, LUIZA PASA, ANELISE REIS GAYA, MIRIA SUZANA BURGOS

Resumo


Diversos estudos demonstram que o deslocamento sedentário para a escola, bem como passar muitas horas em frente à televisão, são hábitos relacionados com fatores de risco cardiometabólicos em crianças e adolescentes. Através desses estudos, foi determinado o objetivo de avaliar a relação entre o tipo de deslocamento para a escola e o tempo gasto em frente à televisão com os fatores de risco cardiometabólicos de crianças e adolescentes. Nesta pesquisa foram avaliados 1963 escolares, sendo 899 meninos e 1064 meninas, com idade entre 7 e 17 anos, de 19 escolas do município de Santa Cruz do Sul, RS. As questões relacionadas ao tipo de deslocamento da criança e do adolescente para a escola e o tempo gasto em frente à televisão foram avaliados através de questionário. O tipo de deslocamento para a escola foi classificado em ativo (a pé ou de bicicleta) e sedentário (carro, moto ou ônibus). Para o hábito de assistir televisão, foi considerado elevado o tempo igual ou superior a duas horas diárias. Já para os fatores de risco cardiometabólicos, foram avaliados: IMC, circunferência da cintura, aptidão cardiorrespiratória, colesterol total e frações (HDL e LDL), triglicerídeos e glicose. Foi utilizado para a análise de dados o programa SPSS 20.0. Foram avaliados os valores médios, por meio da ANOVA, bem como o tamanho de efeito, considerando diferenças significativas para p ⤠0,05. Através dos resultados obtidos, pode-se observar que 45,6% dos escolares da zona urbana e 42,6% da zona rural assistem televisão por um tempo igual ou superior a duas horas. O deslocamento sedentário para a escola foi superior na zona rural (80,6%), em comparação à zona urbana (31,8%). O hábito de assistir televisão, por duas horas ou mais por dia, apresentou efeito de 1,7% (p=0,010) sobre o IMC de crianças do sexo feminino, moradoras da zona urbana e 2,8% (p=0,028) sobre a aptidão cardiorrespiratória de adolescentes do sexo masculino, moradores da zona rural. O deslocamento ativo para a escola apresentou um efeito de 0,3% (p=0,047) sobre a aptidão cardiorrespiratória de escolares da zona urbana. Não foi observado efeito do hábito de assistir televisão e do tipo de deslocamento para a escola com a circunferência da cintura e com os parâmetros bioquímicos avaliados. Considerando que a obesidade é uma patologia de origem multifatorial, podemos concluir que o efeito do deslocamento para a escola e do hábito de assistir TV sobre o IMC e sobre a aptidão cardiorrespiratória, mesmo que pequeno, deve ser considerado.


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