Nos últimos anos, a obesidade tem sido considerada uma epidemia global, além disso, ela está associada a diversas doenças, como a diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, doença arterial coronariana e certos tipos de câncer. As consequências da obesidade alcançam, também, a esfera social. Devido à relação direta entre a obesidade e o desenvolvimento de doenças crônicas, os trabalhadores obesos devem receber acompanhamento laboratorial periódico, para o controle dos níveis séricos de alguns indicadores dessas doenças, como a glicose, o colesterol total, LDL e HDL e os triglicerídeos. O objetivo do presente estudo é conhecer o perfil lipídico de trabalhadores da agroindústria de Santa Cruz do Sul para o planejamento de ações que busquem promover a saúde destes, em função do elevado número de trabalhadores da agroindústria no município. O estudo foi realizado com 19 trabalhadores de agroindústrias do município de Santa Cruz do Sul, RS. Foram utilizadas amostras de soro e plasma que foram coletadas em setembro e outubro de 2012. As amostras de sangue de pacientes em jejum de 12h foram coletadas com seringa e armazenadas em tubos vacutainer® contendo fluoreto/oxalato para separação de plasma e sem anticoagualante para obtenção de soro. Os dados bioquímicos analisados foram a glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol HDL e LDL e colesterol total. Os dados bioquímicos obtidos referentes à determinação da glicose indicam que a média de glicemia entre os participantes foi de 97,9 mg/dL, sendo que apenas um (5,25%), do gênero masculino, apresentou hiperglicemia com 138 mg/dL. Quanto à dosagem de triglicerídeos, obteve-se um valor médio de 124,9 mg/dL em relação à todos os avaliados, porém, 6 sujeitos (31,5%) da pesquisa apresentaram níveis elevados, variando de 153 até 257 mg/dL. Os resultados da avaliação do colesterol total, apontam uma média de 196,9 mg/dL; no entanto, 3 (15,8%) apresentaram hipercolesterolemia entre 253 e 272 mg/dL, sendo estes do gênero feminino. A partir da determinação do colesterol HDL verificou-se uma média de 44,2 mg/dL nos avaliados, porém em 4 sujeitos (21%) a dosagem oscilou de 31 a 39 mg/dL, valores menores do que o normal, sendo todos do gênero masculino. A quantificação do colesterol LDL, por sua vez, teve uma média de 127,6 mg/dL, contudo 4 (21%) possuíam níveis elevados, variando de 160 a 194 mg/dL, estes do gênero feminino. Em face dos resultados obtidos, concluímos que é importante o monitoramento clínico e laboratorial destes pacientes que tiveram alterações nos exames bioquímicos realizados devido aos riscos de comorbidades, especialmente a aterosclerose e suas implicações, objetivando preservar a qualidade de vida e a produtividade da população estudada. Consideramos também a importância da prevenção como uma medida eficaz e de baixo custo no âmbito da saúde pública.