INFLUÊNCIA DOS FATORES EPIDEMIOLÓGICOS NO DESFECHO DE INFECÇÕES POR STAPHYLOCOCCUS SPP.

Autores

  • NEURIAN SENA TRINDADE UNISC
  • PATRÍCIA RAQUEL WAPPLER UNISC
  • PEDRO ALVES D'AZEVEDO UNISC
  • JANINE DE MELO RAUBER UNISC
  • ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM UNISC

Resumo

As infecções nosocomiais constituem um importante problema no âmbito hospitalar, sendo que os microrganismos do gênero Staphylococcus spp. são microrganismos frequentemente relacionados a estas infecções. Muitas das cepas isoladas no ambiente hospitalar e nos profissionais de saúde são resistentes à meticilina (MRS), revelando o risco de transmissão dessas aos pacientes hospitalizados. Diversos estudos demonstram inúmeros fatores de risco para infecções hospitalares em pacientes críticos, como a gravidade da doença de base, presença de comorbidades e uso de procedimentos invasivos. O objetivo do presente estudo foi identificar as principais características epidemiológicas dos pacientes acometidos com infecções por Staphylococcus spp. e relacionar estas características com o perfil de sensibilidade destes microrganismos. Através do prontuário foram avaliadas as principais características clínicas e comorbidades dos pacientes internados com infecções por estafilococos no Hospital Santa Cruz. Definiu-se o perfil de sensibilidade à meticilina/oxacilina destes isolados e, para isto, as cepas foram testadas utilizando-se a técnica de disco difusão em placa mediante a avaliação da inibição de crescimento para o antibiótico cefoxitina. Dos 80 pacientes estudados, 60,3% eram do sexo masculino e com idade média de 40,33 anos. O tempo de internação médio foi de 22,20 dias, sendo que 51,39% dos pacientes tinham histórico de internação hospitalar anterior. Com relação ao motivo da internação, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), 22,2% dos pacientes apresentavam doença de caráter infeccioso, 12,5%, traumatológico, 11,1%, cardíaco e 11,11%, prematuridade. O sítio de isolamento onde foi encontrado o maior número de cepas foi o sangue (37,21%), seguido das secreções, com 29,07% dos isolados, e, por último, o respiratório (22,09%). Houve influência significativa do sítio de isolamento no tempo de internação. A média de 25,8 e 23,8 dias de internação para sangue e sítio respiratório (invasivos) foi diferente da média de 14,1 dias para secreções (não invasivos). A presença de resistência à meticilina foi significativamente maior em pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTIs) em comparação com outras unidades de internação (52,8% vs. 14,8%). O tempo de internação dos pacientes que apresentaram infecção por cepas resistentes à meticilina (MRS) foi significativamente superior às cepas sensíveis, 31,2 e 17,8 dias, respectivamente. A necessidade de inúmeros procedimentos invasivos e cuidados frequentes nas UTIs justificam o maior número de infecções por microrganismos multirresistentes nestes pacientes, o que ressalta a importância da lavagem das mãos dos cuidadores e do isolamento dos pacientes infectados no que diz respeito ao controle da disseminação desses estafilococos meticilina-resistentes. Além disso, o elevado uso, muitas vezes empírico, de antimicrobianos nessas unidades favorece o aparecimento de cepas resistentes. A presença de infecção por MRS limita as opções terapêuticas e aumenta o tempo de tratamento, prolongando o tempo de internação deste paciente.

Biografia do Autor

  • NEURIAN SENA TRINDADE, UNISC
    UNISC
  • PATRÍCIA RAQUEL WAPPLER, UNISC
    UNISC
  • PEDRO ALVES D'AZEVEDO, UNISC
    UNISC
  • JANINE DE MELO RAUBER, UNISC
    UNISC
  • ANDREIA ROSANE DE MOURA VALIM, UNISC
    UNISC

Publicado

2013-10-21

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde