TESTE DE MICRONÚCLEOS E DE ANOMALIAS NUCLEARES EM ERITRÓCITOS DE ASTYANAX FASCIATUS CUVIER 1819 COLETADOS NO RIO PARDINHO, RS.

RAQUEL DA SIQUEIRA, TATIANE AQUINO, ALEXANDRE RIEGER

Resumo


As atividades antropogênicas sempre provocam algum tipo de impacto ambiental até mesmo quando são de pequeno porte. Resíduos industriais, agrotóxico, efluentes domésticos entre outros poluentes de ambientes urbanos e rurais acabam chegando aos rios, de modo direto ou indireto, e estão alterando de forma significativa a qualidade da água. Entre estes compostos encontram-se substâncias com potencial mutagênico e carcinogênico que podem provocar alterações no ecossistema, tanto em nível individual, quanto populacional e da comunidade, afetando células, órgãos, organismo e sistema reprodutivo, comprometendo a viabilidade e a vitalidade. Assim, os ensaios biológicos que detectem anomalias em nível celular e molecular são de grande valia para estas situações. O Teste de Micronúcleo (MN) e de Anomalias Nucleares (AN) podem ser utilizados nestas situações para o monitoramento do ambiente natural. Para avaliar os efeitos de genotóxicos na água do Rio Pardinho estão sendo utilizados eritrócitos Astyanax fasciatus (lambari-do-rabo-vermelho) para a realização do teste de MN e AN como uma das etapas no projeto intitulado "Avaliação da genotoxicidade ambiental usando espécies nativas do Vale do Rio Pardo - RS". Neste projeto são avaliados 4 pontos distintos (P1, P2, P3 e P4) do leito do Rio Pardinho, localizados da nascente em direção a foz com o objetivo de constatar como a influência antrópica pode afetar a genotoxicidade em A. fasciatus. São realizadas coletas trimestralmente e, durante o período de agosto de 2012 a março de 2013, o presente projeto ficou sem um bolsista para o auxílio na preparação das amostras para estes ensaios. Mesmo assim, as amostras foram coletas e armazenadas para posterior análise. A coleta das amostras ocorreu por punção cardíaca de sangue periférico com auxílio de seringa heparinizada. A cada coleta, cerca de 15 indivíduos são capturados por linha de pesca. Uma alíquota do sangue coletado é utilizado para o Ensaio Cometa (EC) e outra é utilizada para a preparação do esfregaço de sangue em lâminas. Todas as amostras são preparadas pelo menos em duplicata. No inverno de 2012 foram coletados 55 indivíduos, na primavera de 2012 foram 40 indivíduos e no verão de 2013 foram 38, totalizando 133 exemplares, sendo que para cada um pelo menos duas lâminas eram preparadas. Como o projeto não contava com bolsista para realização dos testes de MN e AN, as amostras coletadas neste período não eram coradas nem analisadas. Em abril deste ano um novo bolsista deu continuidade ao projeto, testando novamente o método de coloração com as lâminas que já tinham sido coletadas e estavam aguardando o processo. Após algumas tentativas se obteve sucesso. Então, as lâminas foram coradas juntamente com as da coleta de outono de 2013, quando foram coletados 6 indivíduos no P1, enquanto em P2, P3 e P4 foram coletados 10 indivíduos, totalizando 36 exemplares nesta estação. Todas as amostras foram feitas em replicata. Assim, ao todo, tem-se 318 lâminas que foram coradas pelo método Feulgen (adaptado de Riveros, 2007) em que são realizadas duas hidrólises ácidas, uma em temperatura ambiente e a outra em 63°C para posterior reação com o Reativo de Schiff. Após, as lâminas são analisadas em microscopia óptica (1000X) para a presença de MN e de AN conforme os critérios de Carrasco (1990), sendo contadas 4.000 células por amostra. O trabalho encontra-se na fase de contagem devendo os resultados estarem tabulados para a apresentação do evento.


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