O homem sempre teve a curiosidade de desvendar os motivos e as consequências dos fenômenos exóticos ou desconhecidos. Assuntos do âmbito da ciência fizeram com que o ser humano fosse, ao longo dos séculos, desenvolvendo técnicas e adquirindo conhecimentos que ajudassem a entender os fatos. Como num círculo vicioso, avançam as descobertas da ciência e estas, ao serem publicadas no espaço público midiático, tendem a despertar cada vez mais a curiosidade dos receptores deste tipo de informação. Para atender a essa necessidade social por informação, diferentes campos sociais divulgam a ciência por meio da mídia. Partimos do pressuposto de que o jornalismo científico é, em primeiro lugar, jornalismo, pois depende estritamente de alguns parâmetros deste campo de saber, como a periodicidade, a atualidade e a difusão coletiva. Especificamente, o jornalismo científico diz respeito à divulgação da ciência e tecnologia pelos meios de comunicação de massa, segundo os critérios e o sistema de produção jornalística. Contudo, é diferente de divulgação científica ou de disseminação científica. A disseminação científica é uma divulgação da pesquisa científica entre pares (cientistas ou iniciados). Já a divulgação científica tem em comum com o jornalismo científico o fato de abranger públicos leigos, porém com uma diferença fundamental: a primeira utiliza diversas formas para divulgar a ciência, como fascículos, livros didáticos, peças de teatro, músicas, entre outros, ou seja, diversas linguagens. O jornalismo científico usa estritamente a linguagem jornalística. Esta pesquisa é movida pelas seguintes questões: de que modo as notícias ambientais publicadas em sites de organizações da sociedade civil veiculam informações científicas? Em que medida estas expressões do jornalismo científico abordam o tema dos recursos hídricos? Objetivando responder estes questionamentos, o presente trabalho caracteriza-se como um estudo qualitativo de base bibliográfica que aborda conceitos, funções e desafios do jornalismo científico. O levantamento bibliográfico foi realizado em artigos científicos no período de 2002 a 2012 em anais dos congressos de Comunicação (COMPÓS e InterCom) e em revistas da área de Ciências Sociais Aplicadas - Qualis/Capes A1, A2 e B1. Após esta etapa de levantamento bibliográfico, se fará um estudo documental de notícias veiculadas em sites de organizações da sociedade civil, a fim de investigar as questões relativas ao problema de pesquisa. O estudo está atrelado ao Projeto de Pesquisa Práticas Ambientais e Redes Sociais III: Comunicação e Cidadania, do Centro Universitário Univates, e ao Grupo de Pesquisa Práticas Ambientais, Comunicação, Educação e Cidadania (CNPq).