TIJOLOS MACIÇOS NO VALE DO TAQUARI: RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E ABSORÇÃO DE ÁGUA

PATRÍCIA ORDI, ALEX CARVALHO BRINO

Resumo


As construções feitas em alvenaria de tijolos são bastante antigas e ao Brasil foram trazidas com a vinda dos portugueses. Ainda hoje é a técnica construtiva mais utilizada no país, principalmente em residências. Isso se deve ao seu formato anatômico de fácil manuseio, sua leveza e simples fabricação, geralmente próxima das obras, além de ter um baixo custo. Sabendo de sua ampla utilização e também servindo como subsídio à pesquisa "Edificação Bioclimática: Um olhar para a Sustentabilidade no Vale do Taquari", foram realizados ensaios com material coletado de olarias do Vale do Taquari para aferir padrão de qualidade dos tijolos maciços da região, visto que existe a intenção de se utilizar de materiais locais para auxiliar no desenvolvimento econômico da região, assim como minimizar o gasto energético em grandes deslocamentos. Foram utilizados materiais de quatro cerâmicas e testados nos quesitos de resistência à compressão e absorção de água. Os corpos-de-prova seguem as dimensões de 23 cm de comprimento, 11,5 cm de largura e 5,3 de altura e foram ensaiados no Laboratório de Tecnologias de Construção (LATEC) da Univates, seguindo normativas vigentes NBR 8947, pois foi averiguada a inexistência de uma norma que fosse feita exclusivamente para absorção de água em tijolos maciços, NBR 6460, NBR 7170 e Portaria Inmetro nº 16 de 5 de janeiro de 2011 para ensaios de resistência à compressão. Para os ensaios de absorção foram utilizados cinco corpos-de-prova de cada cerâmica, onde foi retirado o pó e partículas soltas para serem identificados e levados à estufa a 105ºC durante 24 horas. Posteriormente foram pesados para verificação de sua massa seca e, após, colocados em recipiente com água em temperatura ambiente durante 24 horas, após, foram retirados da água e levemente secos, sendo novamente pesados para obtenção de sua massa úmida. Paralelamente foram iniciados os ensaios de resistência à compressão, onde foram separados oito tijolos de cada cerâmica e estes foram identificados e medidos em suas três dimensões, após, foram cortados ao meio e, posteriormente suas duas metades foram juntas através de cimento preparado na proporção de 1:3. Quando seco, foram cimentadas as duas faces dos tijolos, regularizando-as com desempenadeira e exercendo pressão a fim de atingir espessura do cimento de 2 a 3 mm. Os corpos-de-prova permaneceram inertes para sua completa secagem durante três dias, somente então foram imersos em água e no dia seguinte, o material foi retirado da água e levemente seco para a realização de suas medidas, e só então o material foi posto à prova em prensa. Através de dados obtidos no decorrer dos ensaios, concluem-se as médias de resistência à compressão dos tijolos maciços da região, que ficaram entre 7,33 MPa e 9,42 MPa. Verifica-se que a normativa vigente pede que a resistência mínima seja de 1,5 MPa, sendo que nos corpos-de-prova ensaiados foi obtida média bem superior à mínima exigida, nos fazendo comprovar sua excelente qualidade. Com os dados de massa seca e massa úmida foram concebidos os resultados percentuais, sendo que a norma pede que os valores fiquem entre 5% e 25% de absorção, concluímos que os tijolos possuem nível aceitável de água absorvida, ficando entre 19% e 22%, levando em consideração ainda que a época do ano em que nos encontramos é a menos favorável para a fabricação e conservação dos tijolos, sendo assim, um exímio resultado.


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