O ENGENHEIRO E O ARQUITETO NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL EM OBRAS DE GRANDE PORTE: OS PARQUES EÓLICOS DE SANTANA DO LIVRAMENTO, RS.
Resumo
A formatação da história e cultura da população rio-grandense tem forte vínculo com o elemento campeiro, do estancieiro o qual está diretamente ligado ao desenvolvimento destas áreas. A valorização destes elementos constituiu-se numa identidade social, cultural e econômica o que não ocorreu num processo histórico linear e homogêneo. Durante esse processo, pouca referência bibliográfica específica se formou, mas ainda hoje são visíveis elementos estruturais caracterizados por ruínas de casas, cercas de pedra, currais, entre outros, remanescentes esses protegidos pela legislação federal vigente (Lei Federal nº 3.924/61, Portaria/IPHAN230/02). Esses fatores são o ponto de partida das pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da UNISC na área dos Parques Eólicos no município de Santana do Livramento, RS. Além dos profissionais de nível superior, integram a equipe, acadêmicos dos cursos de História, Engenharia Civil e Arquitetura da instituição. Durante as atividades externas, diversas estruturas foram encontradas (ruínas de prédios, cercas de pedra, currais), no entanto, pouco se sabe sobre sua originalidade. Nesse sentido, considerando a legislação federal e contando com uma equipe multidisciplinar, o objetivo que se estabeleceu foi o de analisar não somente o contexto de estruturação, mas também investigar métodos de construção, de uso e possibilidades de reconstituição virtual de algumas dessas estruturas. A metodologia empregada prevê um levantamento bibliográfico e oral sobre a história de formação da região, mas com olhar centrado sobre funcionalidade e edificação das diferentes estruturas ainda presentes em maior ou menor grau de preservação. Segue com o mapeamento e documentação fotográfica das diferentes estruturas identificadas no contexto dos parques eólicos. Procurar-se-á a reconstituição gráfica de algumas dessas estruturas no sentido de obter novas concepções sobre as diferentes técnicas de construção e funcionalidade. Até a presente fase, sabe-se que algumas estruturas podem ser atribuídas ao período missioneiro com a instalação de estâncias de criação de gado e outras a períodos mais recentes da colonização, vislumbrando dessa forma uma ocupação heterogênea na formação da região. Da mesma forma visualiza-se como qualificadora a participação e o conhecimento dessa realidade tanto pelos historiadores como pelos profissionais da engenharia e arquitetura, contribuindo não somente para o desenvolvimento econômico, mas especialmente na preservação da memória da região e de tantas outras onde ocorram empreendimentos de grande porte que apresentem em sua área de abrangência elementos do Patrimônio Histórico e Cultural.
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