TRATAMENTO COM UV/O3 PARA REDUÇÃO DA TOXICIDADE DE EFLUENTE DE POSTO DE COMBUSTÍVEL

MAIRA DANIELA BRAGA ROSA, MILENA SEHNEM GRIEBEL, ENIO LEANDRO MACHADO, LOURDES TERESINHA KIST

Resumo


Efluentes provenientes de postos de combustível geram diversos contaminantes. Entre eles estão fenóis, óleos e graxas, surfactantes, entre outros. Dentre todos os poluentes, o fenol e os seus derivados vêm se destacando como contaminantes de principal preocupação devido à sua toxicidade aguda no meio ambiente. Estudos em relação à toxicidade destes compostos mostram que os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e aos micro-organismos que tomam parte dos sistemas de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes industriais. Esta contaminação modifica a qualidade da água, produzindo grandes quantidades de água que são impróprias para diversos usos, incluindo o consumo humano. Tal condição tende a se agravar gradualmente, uma vez que o descarte dos poluentes no meio ambiente ocorre, em sua grande parte, in natura. Além disso, a pequena fração de poluentes submetida a processos de tratamento nem sempre é corretamente eliminada, devido à ineficiência da maioria dos métodos convencionais utilizados. Sendo assim, optou-se por tratamento com processos oxidativos avançados (POA) como o sistema de fotoozonização, utilizando um reator do tipo coluna. Com o objetivo de buscar o melhor processo de tratamento, foram realizados ensaios experimentais com amostras sintéticas e, assim, obteve-se a otimização dos métodos de tratamentos O3, UV e UV/O3 num tempo de tratamento de 60 minutos. De acordo com os estudos realizados o melhor método foi o conjugado UV/O3, com uma degradação de até 99,7%, na amostra sintética, variando de acordo com o percentual de O3 gerado. Para demonstrar a eficiência do tratamento proposto, foram realizadas determinações e caracterização da amostra real do efluente de um posto de gasolina de Santa Cruz do Sul, RS. Foram realizadas análises de demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), demanda química de oxigênio (DQO), surfactantes aniônicos, pH, óleos e graxas, fenol e turbidez. E, para verificar a toxicidade aguda utilizou-se ensaios com o micro crustáceo Daphnia magna. Realizando a relação DQO/DBO5 tem-se o valor de 6,91, valor característico de efluente de difícil biodegradação. Sendo assim, o efluente bruto estudado apresenta problemas quanto à biodegradabilidade, mas quando tratado com UV/O3 por 60 minutos a relação DQO/DBO5 passa a 2,20 e o efluente fica facilmente biodegradável. Então, o método mostra-se eficiente na melhora nas condições de biodegradabilidade. Para o valor de compostos fenólicos no efluente bruto tem-se um valor muito acima do permitido pela Resolução do CONSEMA Nº. 128/2006. Mesmo com o tratamento UV/O3 por 60 minutos e uma redução de quase 30%, ainda tem-se um excesso de fenóis na amostra, mostrando que o método melhora a condição mas não reduz o suficiente para adequar à legislação. Acredita-se que a baixa percentagem de degradação da amostra real em relação à amostra sintética ocorra pela presença de outros produtos, interferência da turbidez, insumos químicos e óleos e graxas que reduzam a eficiência do processo para a redução do fenol. Quanto aos resultados de toxicidade aguda envolvendo o micro crustáceo Daphnia magna, o EC50 na amostra bruta apresentou toxicidade e após tratamento por 60 minutos com UV/O3 os valores passaram a apresentar caráter de EC50 sem toxicidade. Este resultado é extremamente importante e, assim, podemos salientar que o sistema UV/O3 demonstra eficiência na remoção de toxicidade.


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