AVALIAÇÃO DA ENZIMA Β - GALACTOSIDASE LIVRE E IMOBILIZADA NA REDUÇÃO DA LACTOSE DO PERMEADO DE SORO DE QUEIJO
Resumo
No Vale do Taquari a produção de leite chega a 7,5% do total produzido pelo Rio Grande do Sul e, no Brasil, o estado mantém-se como o terceiro maior produtor, com um volume de 3,8 bilhões de litros de leite ao ano, conforme dados da Embrapa Gado de Leite. A elevada produção de leite desempenha um papel importante na economia da região do Vale do Taquari, motivando a fabricação de diversos produtos derivados do leite. Na produção de derivados lácteos muitas vezes são gerados grandes volumes de resíduos. No processo de fabricação de queijo, no qual o soro de queijo é gerado, esse representa até 90% do volume de leite empregado. Em função de sua composição, principalmente de proteína e lactose, esse resíduo possui alta carga orgânica. Para amenizar o potencial poluidor do soro de queijo, utiliza-se o método de ultrafiltração para separação das proteínas e consequente obtenção do concentrado proteico de soro. Neste processo ainda é gerada uma grande quantidade de resíduo líquido, denominado permeado de soro que também apresenta potencial poluidor devido à concentração de lactose. Uma forma de reduzir o teor desse açúcar é o tratamento enzimático, que pode ser realizado com enzimas nas formas livre ou imobilizada. Portanto, nesse trabalho foi avaliado o uso da enzima comercial β - Galactosidase livre e imobilizada com alginato de sódio obtida de Kluyveromyces lactis para redução do teor de lactose do permeado de soro de queijo. Os tratamentos ocorreram em diferentes condições de pH, temperatura e concentração de enzima e foram realizados durante 5 horas, com avaliações periódicas de 10 em 10 min na primeira hora de hidrólise e a cada uma hora até o final do experimento. Para realização dos experimentos empregou-se o permeado reconstituído a 5% de lactose. Após os tratamentos o permeado de soro foi submetido a aquecimento para inativação da enzima comercial β - Galactosidase. Para avaliação da redução da carga orgânica do permeado, determinou-se a Demanda Química de Oxigênio (DQO) do permeado de soro antes e depois do tratamento enzimático. A diferença entre o teor de lactose inicial e final do permeado foi determinada através da análise da concentração de glicose pelo método da glicose oxidase, empregando o Kit Glicose Liquiform Labtest. Todos os tratamentos e análises foram realizados em triplicata. Em ensaios preliminares foi possível observar que a utilização de enzima livre em concentração de 1% no permeado resultou em um elevado grau de hidrólise da lactose. Com a concentração de enzima em 0,01% no permeado, os resultados obtidos foram de 0,4; 0,5; 0,76; 1,04; 1,21; 1,42; 2,7; 4,96; 5,57% de hidrólise da lactose após 10, 20, 30, 40, 50, 60, 120, 240 e 300 minutos de reação, respectivamente. Os resultados obtidos até o momento indicam que a enzima comercial β - Galactosidase de Kluyveromyces lactis livre tem potencial para redução do teor de lactose do permeado de soro de queijo, sendo necessário empregar concentração de enzima e/ou tempo de reação superiores a 0,01% e 5 horas, respectivamente.
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