DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITO POLIMÉRICO COM MATRIZ DE BLENDA DE POLIPROPILENO E TERMOPLÁSTICO DE AMIDO E FASE DISPERSA DE 1,3-BETAGLICANO EXTRAÍDO DE BIOMASSA FÚNGICA
Resumo
A busca por novos materiais visando minimizar os problemas ambientais tem sido cada vez mais valorizada nos últimos anos, e dentre estes novos materiais se destacam os materiais biodegradáveis. Neste contexto, estão sendo desenvolvidas diversas pesquisas sobre plásticos biodegradáveis ou naturais que mantenham propriedades essenciais considerando potenciais aplicações. Um destes plásticos que é de simples obtenção, baixo custo e que tem sido muito estudado é o termoplástico a base de amido de mandioca (TPS), que é empregado em inúmeras aplicações, como o desenvolvimento de filmes, adesivos e também na composição de blendas. Quando misturado com poliolefinas, como o polipropileno, o TPS possibilita a obtenção de blendas parcialmente biodegradáveis. Blendas deste tipo podem ser utilizadas como matriz para a produção de compósitos diferenciados e, ainda, com a adição de materiais lignocelulósicos ou biomassa fúngica, como fase dispersa, tem-se a conservação das propriedades biodegradáveis, e ainda se pode obter melhorias em outras propriedades do material em questão. Este trabalho objetivou a obtenção e avaliação das propriedades de compósitos com matriz polimérica composta por blendas de polipropileno (PP) e termoplástico de amido de mandioca com fase dispersa de 1,3-βglicano, extraído a partir de biomassa fúngica. O termoplástico de amido foi produzido a partir de uma composição de amido de mandioca, glicerol e água na proporção 16:4:80 (m). Esta mistura foi processada em forno micro-ondas em potência média por cerca de 7 minutos com homogeneização manual realizada em intervalos de 1 min, para ocorrer a gelatinização do termoplástico; após isto ele foi seco em estufa, moído e armazenado. Para a obtenção da matriz polimérica realizou-se a mistura, em homogeneizador de laboratório, de 20% (m) de TPS com 80% (m) de polipropileno. O 1,3-βglicano foi obtido da biomassa de fungo do gênero Lentinus, sendo que a extração ocorreu em três etapas. Primeiramente, a biomassa foi digerida em solução de NaOH 1 mol L-1 e, logo após, a amostra foi autoclavada. Na segunda etapa, o material foi centrifugado a 1500 rpm por 5 min e o sedimento submetido a uma digestão em HCl 3% e colocado em banho-maria a 80°C. Na terceira etapa, a amostra foi centrifugada a 1500 rpm por 5 min e o sedimento submetido à oxidação com H2O2 4% e, em seguida, o material foi centrifugado, para se eliminar o máximo possível de líquido. Depois o sedimento foi lavado com acetona e, então, o solvente foi evaporado e o material sólido foi seco em estufa a 60°C. O processamento da mistura dos componentes dos compósitos foi realizado em extrusora e foram moldadas placas por compressão para a obtenção dos corpos de prova. Os compósitos obtidos foram avaliados através dos ensaios de: flexão, tração, densidade, dureza, índice de fluidez e absorção de água. Com estes testes o material pode ser avaliado quanto as suas possíveis aplicações.
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