SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES POLIURETÂNICOS A PARTIR DE POLIOIS DE MAMONA E TOLUENO DIISOCIANATO

HELIBERTO JOSE LIMBERGER, ADRIANE LAWISCH RODRÍGUEZ, ROSANA DE CÁSSIA DE SOUZA SCHNEIDER, CLAUDIA MENDES MAHLMANN

Resumo


Os poliuretanos (PUs) pertencem a um grupo de polímeros que aliam características de elastômero com possibilidade de transformação. São formados basicamente por estruturas orgânicas que se agrupam através de grupamentos uretânicos, esses, por sua vez, são grupamentos característicos encontrados neste tipo de polímero. A síntese se dá através de policondensação, onde são necessários, basicamente, um isocianato, este podendo ser alifático ou aromático dependo das propriedades desejadas para o produto final, e um poliol, que pode ser de origem vegetal, como os provenientes de óleos como mamona, soja, girassol, canola entre outros. Atualmente os PUs compõem uma ampla gama de produtos em diversas áreas, possível devido à grande diversificação de propriedades possibilitada através de aditivos adicionados durante sua produção ou mesmo aos componentes básicos da polimerização. Este estudo objetivou a obtenção e avaliação de propriedades de poliuretanos polimerizados a partir de tolueno diisocianato (TDI) e de óleo de mamona. Neste trabalho são apresentados resultados das análises realizadas em filmes poliuretânicos produzidos a partir de óleo de mamona, cujo enfoque principal, nesta etapa, são os filmes produzidos a partir de tolueno diisocianato 80:20 (mistura dos isômeros 2,4 e 2,6 - TDI-80/20), e óleo de mamona (poliol e extensor de cadeia) para a síntese das resinas e obtenção de filmes provenientes da mesma, sendo que filmes baseados em 4,4'-difenil metano diisocianato (MDI) já foram estudados. A síntese utilizando TDI foi conduzida em atmosfera inerte durante um período de 2h, sendo dividida em duas etapas distintas. Na primeira etapa utilizou-se excesso de NCO em relação ao índice de OH a temperatura ambiente; em uma segunda etapa realizou-se a adição de óleo de mamona como extensor de cadeia, visando a tornar o polímero final mais maleável, facilitando, desta forma, sua aplicação assim como sua melhor adaptação ao substrato, evitando, assim, fissuras precoces que possam vir a fragilizar o material. Esta adição foi realizada imediatamente após o término das duas horas iniciais. Alguns obstáculos durante este processo foram observados, como, por exemplo, a questão de remoção das bolhas formadas no interior da resina durante sua síntese, que permaneceram mesmo após terem sido submetidas à estufa a vácuo, o que dificultou a confecção de amostras mais homogêneas para a realização dos ensaios e posterior comparação com amostras sintetizadas com MDI. Os corpos de prova confeccionados foram submetidos aos ensaios de: espectroscopia no infravermelho, rendimento, tração, densidade, dureza e absorção de água, através destes avaliou-se as propriedades físicas e mecânicas; o rendimento observado utilizando-se esta metodologia para a produção de PU foi de aproximadamente 75%. Também se realizou ensaios de intemperismo onde amostras foram expostas a diferentes fenômenos da natureza (chuva, sol, granizo, UV, etc.) durante período de 12 meses, para avaliação de possíveis modificações em suas propriedades causadas por degradação ambiental.


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