ELABORAÇÃO DE MORTADELA COM SUBSTITUIÇÃO DE GORDURA ANIMAL POR FIBRA DE TRIGO

MIREILA BEHLING, ANA LÚCIA BECKER ROHLFES, MARI SILVIA R. DE OLIVEIRA, MONICA BEATRIZ PREUSS, NADIA DE MONTE BACCAR, LILIANE MARQUARDT

Resumo


O mercado alimentício cada vez mais busca novas alternativas para tornar os alimentos mais nutritivos e atrativos sensorialmente e economicamente. Dos alimentos industrializados, os produtos cárneos destacam-se pelo elevado consumo e, entre estes, os produtos cárneos emulsificados mais consumidos no Brasil são as mortadelas e as salsichas. Em função disso, pesquisas são realizadas com o objetivo de diversificar formulações, buscando através destas agregar benefícios à saúde do consumidor. A substituição de gordura animal, presente nas formulações de mortadelas, por fibras vegetais foi o objetivo do presente estudo, uma vez que estas, além de apresentarem baixo custo, também auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares, pois atuam na redução do nível de glicose, triglicerídeos e colesterol do sangue. A gordura, por sua vez, tem um papel muito importante na formulação, pois através dela podemos fazer a emulsão, que dá liga ao embutido. A mortadela é definida como um produto cárneo industrializado, obtido da emulsão de carnes de animais de açougue, acrescido ou não de toucinho, adicionado de ingredientes, embutido em envoltório natural ou artificial e submetido ao tratamento térmico adequado. No desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas duas formulações de mortadela, sendo uma considerada padrão (formulada com gordura animal) e a outra com substituição parcial (15 %) de gordura por fibra de trigo. O estudo buscou, ainda, atender ao Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Mortadela, citado na Instrução Normativa Nº 4/2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e, para avaliar a qualidade físico-química dos produtos, foram realizados ensaios de quantificação dos teores percentuais de umidade, cinzas, gordura, fibras e proteínas. Os resultados médios obtidos nas análises das duas formulações foram comparados aos citados na legislação vigente e foram, respectivamente, para a mortadela padrão e mortadela com substituição parcial de gordura por fibra de trigo: 68,9% e 69,1% de umidade; 3,3% e 3,5% de cinzas; 8,4% e 7,1% de gordura; 3,8% e 5,0% de fibras; e 9,2% e 10,9% de proteína. Estes resultados demonstram aumento nos valores percentuais de cinzas, fibras e proteína e redução nos valores percentuais médios de gordura, o que demonstra a viabilidade técnica da substituição de gordura animal por fibra vegetal, em formulações de mortadela. Para avaliar a aceitação da mortadela com adição de fibras vegetais (trigo) será realizada a análise sensorial de preferência e de aceitação.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.