DINÂMICA POPULACIONAL DE ÁCAROS ERIOFÍDEOS (ACARI: ERIOPHYIDAE) E PREDADORES (ACARI: PHYTOSEIIDAE; STIGMAEIDAE) ASSOCIADOS À ERVA MATE (ILEX PARAGUARIENSIS ST. HIL.) NO MUNICÍPIO DE PUTINGA, RS

TAIRIS DA COSTA, ANGÉLICA BILHAR RCE, NOELI JUAREZ FERLA

Resumo


A erva mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) é uma planta arbórea que está presente no Uruguai, Paraguai, norte da Argentina e no sul do Brasil. No Rio Grande do Sul essa planta tem uma grande importância econômica onde é nativa e cultivada, sendo o estado o maior produtor nacional. Os eriofídeos são ácaros fitófagos que estão diretamente ligados a esta cultura, causando prejuízos para a planta, sendo Dichopelmus notus Keifer e Disella ilicicola Navia e Flechtmann as mais citadas neste cultivo. Em altas populações, D. notus provoca bronzeamento das folhas novas, retarda o crescimento e pode provocar a queda das folhas e D. ilicicola causa clorose nas folhas mais velhas. Os ácaros predadores mais importantes pertencem à família Phytoseiidae e Stigmaeidae, sendo muito utilizados em programas de controle biológico. O objetivo deste trabalho é conhecer a flutuação populacional dos ácaros eriofídeos e ácaros predadores associados à erva mate no município de Putinga, RS. As coletas foram mensais, entre abril de 2012 a março de 2013, e foram realizadas em quatro áreas selecionadas: plantas mantidas em monocultivo com (A1) e sem resíduo de suíno (A2); plantas mantidas de forma nativa com aplicação de resíduo (A3) e sem resíduo (A4). Em cada área foram escolhidas 15 plantas, sendo cada planta dividida em quatro quadrantes. Em cada quadrante foi coletada uma folha próxima à gema apical, uma intermediária e uma basal, totalizando 12 folhas/planta. Os ácaros foram montados em lâminas de microscopia em meio modificado de Hoyer e, após, foram mantidas em estufa entre 50ºC-60ºC por cerca de dez dias para a fixação, clarificação dos espécimes e secagem. Em A1, D. notus apresentou maiores populações em fevereiro (12,1 ácaros/folha), enquanto D. ilicicola teve seu pico populacional em janeiro (3,52 ácaros/folha). Nesta área, destacaram-se os ácaros predadores Agistemus paraguariensis Johann et al., com altas populações em setembro (0,62 ácaros/folha) e Euseius ho De Leon, em junho (0,23 ácaros/folha). Em A2, D. notus foi abundante em janeiro (3,46 ácaros/folha) e D. ilicicola em julho (2,5 ácaros/folha). A. paraguariensis alcançou pico populacional em novembro (0,21 ácaros/folha), enquanto E. ho em abril (0,18 ácaros/folha). Em A3, o pico populacional de D. ilicicola foi em agosto (14,96 ácaros/folha) e D. notus em dezembro (3,26 ácaros/folha). Neste período A. paraguariensis teve seu pico populacional em agosto (1,03 ácaros/folha) e E. ho em agosto (0,2 ácaros/folha). Em A4, D. ilicicola apresentou maiores populações em agosto (18,56 ácaros/folha) e D. notus em dezembro (1,89 ácaros/folha). A. paraguariensis apresentou altas populações em maio (0,82 ácaros/folha) e E. ho em maio (0,06 ácaros/folha) e novembro (0,06 ácaros/folha). Pode-se concluir que o ácaro predador A. paraguariensis possivelmente tenha uma relação com D. notus e D. ilicicola, pois o aumento populacional destes ácaros herbívoros estimulou o aumento população do predador.


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