REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO BRASILODENDRON (LYCHOPHYTA) DO PERMIANO DA PORÇÃO SUL DA BACIA DO PARANÁ
Resumo
Estudos paleobotânicos detalhados na Megasequência Carbonífero/Triássico Inferior (CET) para a Bacia do Paraná demonstram que, em sequências do Permiano Inferior do sul da bacia, a evolução paleoflorística não esteve apenas relacionada à evolução bioestratigráfica e paleoecológica, sendo fortemente influenciada pelas mudanças paleoclimáticas e também a fatores tectônicos. Considerando os biomas úmidos do Permiano Inferior do sul da Bacia do Paraná, dois estágios paleoflorísticos são inferidos, sendo o primeiro relacionado à fase de reorganização de elementos da flora Glossopteris e o segundo registrando componentes antracofílicos vinculados a condições de clima temperado/ameno. Um dos grupos vegetais associados a ambos os sistemas foram as licófitas arborescentes, que ocuparam a área durante o Paleozoico Superior. Estas plantas possuem características anatômicas de ramificação dicotômica ou uma combinação de ramificação dicotômica e monopodial, com caule completamente revestido por folhas (microfilos) vascularizadas por um feixe único de vasos de condução. Uma importante característica do grupo das licófitas é a posição do esporângio, que nasce na axila ou acima da superfície do esporófilo. Os esporófilos podem estar espalhados entre microfilos fotossintéticos ou reunidos em forma de estróbilos ou cones. Atualmente as licófitas são representadas por três famílias, cinco gêneros e cerca de 1250 espécies, todas herbáceas e pertencentes à ordem Lycopodiales. Diferentes autores defendem que, durante o Permiano, a distribuição das licófitas arborescentes era controlada por fatores paleoambientais (e.g. paleoclima). Neste sentido, a identificação precisa dos grupos taxonômicos aos quais estas plantas estão relacionadas, é de fundamental importância. O presente estudo tem como objetivo a revisão do conjunto dos grupos de licófitas arborescentes registrado para o Permiano da porção sul da Bacia do Paraná, com vistas a definir as suas afinidades taxonômicas. Para tanto, foram revisados os exemplares depositados nas coleções paleobotânicas do Setor de Botânica e Paleobotânica - Museu de Ciências Naturais - Univates e no Acervo Palobotânico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Instituto de Geociências. Foram avaliados 56 exemplares, todos eles pertencentes ao gênero Brasilodendron. No caso do material estudado, foi possível confirmar que a amplitude das características morfológicas do gênero é bem do que estabelecido até o momento na bibliografia. Assim, trabalha-se em uma descrição detalhada de cada espécime para que se possa ampliar a sua diagnose.240
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