O câncer colorretal (CCR) é um dos principais problemas de saúde pública. Doença degenerativa que afeta várias dimensões da vida e causa impacto econômico importante na sociedade, requerendo um tratamento especializado longo e caro. Mais de 15 milhões de novos casos de câncer são esperados para 2025. Muitos fatores são considerados determinantes para levar ao diagnóstico tardio do câncer de colorretal, como a falta de políticas de saúde que alertam a população para a importância do diagnóstico precoce, os pacientes sem conhecimento de sinais e sintomas, o custo elevado de exames e baixo nível socioeconômico. O presente trabalho objetiva caracterizar clinicamente e epidemiologicamente os pacientes portadores de CCR tratados em um Centro de Oncologia Integrado que é referência para o interior do estado. Desta forma, podendo contribuir com a comunidade científica e as autoridades de saúde, para que tomem providências e alertem a população sobre o diagnóstico. Foi realizado um estudo prospectivo transversal, onde foram incluídos na análise pacientes portadores de CCR tratados no Centro de Oncologia Integrado do Hospital Ana Nery, na cidade de Santa Cruz do Sul. Foram incluídos na análise pacientes maiores de 18 anos que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados foi dividida em duas fazes: coleta de sangue periférico para análises genéticas e questionário epidemiológico. Ao final da coleta realizou-se uma revisão no prontuário do paciente. Todos os dados foram analisados em SPSS 2.0. A média de idade foi de 56 anos, 56% eram do gênero masculino, 38% eram agricultores, aspecto que deve ser levado em consideração pelo fato de que estes indivíduos lidam com agrotóxicos em suas propriedades. 78% dos pacientes eram caucasianos, 16% tinham histórico familiar de CCR e 48% de outro tipo de câncer, 81% nunca havia feito colonoscopia, exame fundamental pra o diagnóstico precoce. As principais características que levaram os pacientes a procurarem um médico foram: dor abdominal (66%), emagrecimento (71%) e sangue nas fezes (47%). Náusea, diarréia e síndrome mão pé foram os sintomas mais relatados relacionados a toxicidade. Em 64% o cólon foi o sítio de tumor primário e 46% já se encontravam no estádio III, com uma porcentagem de tumor moderadamente diferenciado em 62%. Com os dados acima podemos concluir que há uma grande falta de politicas de saúde que alertem população sobre o diagnóstico precoce como informativos sobre os principais exames e sintomas da doença.240