MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS E MOLECULARES CAUSADAS POR ÁCAROS FITÓFAGOS (SCHIZOTETRANYCHUS ORYZAE) EM PLANTAS DE ARROZ (ORYZA SATIVA L.).

ÉDINA APARECIDA DOS REIS LASI, ANDRESSA DAMETTO, GISELI BUFFON, JANETE MARIZA ADAMSKI, RAUL ANTONIO SPEROTTO

Resumo


O arroz é um dos principais cereais presentes na alimentação da população mundial. A produção anual deste grão gira em torno de 610 milhões de toneladas. O Brasil é o nono maior produtor mundial, com 11,76 milhões de toneladas em 2013. O Rio Grande do Sul contribui com aproximadamente 68% da produção nacional. No entanto, a infestação do ácaro fitófago Schizotetranychus oryzae é um dos principais fatores que limitam o rendimento de cultivares de arroz. Este estudo tem como objetivo verificar modificações fisiológicas e moleculares em plantas de arroz quando são infestadas pelo ácaro fitófago. Plantas de arroz do genótipo IRGA 424 foram desenvolvidas e mantidas em casa de vegetação. Sobre elas foram disseminados os ácaros fitófagos Schizotetranychus oryzae. Para as análises, foram utilizadas folhas de plantas Controle, Pouco Infestadas e Muito Infestadas. Cada amostra foi composta por três folhas provenientes de três plantas diferentes. A localização histoquímica in situ de O2- (radical superóxido) foi realizada, deixando as folhas imersas numa solução de NBT (nitro blue tetrazolium) por 2 horas. Após, as folhas foram fervidas em etanol absoluto para retirada da clorofila e fotografadas em uma lupa. Os pontos escuros indicam os locais de maior produção de O2-. Para localização de H2O2 (peróxido de hidrogênio), o procedimento realizado foi o mesmo, porém, as folhas foram imersas em uma solução de DAB (diaminobenzidine) por 8 horas. A verificação de morte celular foi realizada também por imersão das folhas em uma solução de Evans Blue, por 5 horas. Para medir a fluorescência da clorofila, regiões da folha foram deixadas no escuro por 20 minutos e depois receberam um pulso de luz, oriundo de um fluorímetro portátil. Assim se consegue medir a eficiência da fotossíntese. A clorofila total foi extraída das folhas de arroz através da adição de acetona 85%. Após, foi feita a quantificação em espectrofotômetro. Os níveis de expressão dos genes OsSGR (marcador de senescência), OsFBX, OsUCE, OsUCT, OsUFP, OsPRP (envolvidos com degradação proteica via ubiquitinação) foram verificados através de qRT-PCR. As folhas muito infestadas apresentam uma significativa redução na quantidade de clorofila, o que foi confirmado pela maior expressão do gene marcador de senescência OsSGR. Em contrapartida, as folhas pouco infestadas apresentaram queda em alguns parâmetros fotossintéticos. Também constatamos uma maior expressão do gene OsFBX, evidenciando que a infestação do ácaro aumenta a taxa de degradação proteica via ubiquitinação em folhas de arroz. Além disso, a expressão dos demais genes analisados demostrou que há uma alteração nesta rota de degradação. As técnicas de localização histoquímica in situ mostraram que as folhas infestadas apresentam altos níveis de estresse oxidativo, acumulando grandes quantidades das espécies reativas de oxigênio O2- e H2O2 e elevada perda de integridade de membrana plasmática. Na continuidade do trabalho serão analisados os níveis de carbonilação de proteínas, bem como a atividade das enzimas antioxidantes Catalase (CAT), Ascorbato peroxidase (APX) e Superoxido dismutase (SOD).240


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