PREVALÊNCIA DE OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM ESCOLARES: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ESCOLAS RURAIS DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL/RS

CARLOS FERREIRA HOEHR, MIRIA SUZANA BURGOS

Resumo


A prevalência de obesidade em crianças e adolescentes tem aumentado de forma significativa em todo o mundo. Como consequência, doenças antes consideradas de adultos, também tem acometido jovens, cada vez mais cedo. Objetivou-se investigar se há diferenças nos índices de obesidade e hipertensão arterial entre escolares dos hemisférios norte, sul, leste e oeste da zona rural do município de Santa Cruz do Sul/RS. Foi realizado estudo descritivo-comparativo, com abordagem quantitativa, realizada com 726 escolares, sendo 350 do sexo masculino e 376 do sexo feminino, com idades entre 7 a 17 anos, de cinco escolas da zona rural do município de Santa Cruz do Sul/RS (escola 1: Sul; escola 2: Oeste; escola 3: Leste; escola 4: Norte A e escola 5: Norte B). Foram avaliados índices antropométricos, como o IMC (índice de massa corporal), classificado conforme curvas de percentis para sexo e idade (CDC/NCHS, 2000), circunferência da cintura (CC), classificada de acordo com os pontos de corte de Taylor et al. (2000), para idade e sexo, considerando obesidade os valores acima do percentil 80. Para o cálculo do percentual de gordura (%G), foi utilizada a equação de Slaugther et al. (1988), sendo posteriormente classificado conforme sexo, de acordo com os critérios de240Lohman (1987). Para a pressão arterial, tanto sistólica (PAS) como diastólica (PAD), foi utilizada a classificação de acordo com os parâmetros preconizados pela VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010). Os dados foram analisados no programa SPSS 20.0, através de análise descritiva e teste do qui-quadrado, considerando diferenças significativas para p≤0,05. Para o IMC, a maior prevalência de sobrepeso e obesidade, no sexo masculino, foi encontrada na escola 4 (34,3%), enquanto no sexo feminino (31,1%) foi na escola 5. Com relação à CC, a escola com maior prevalência de obesidade, no sexo masculino, foi a 2 (21,3%); já no sexo feminino, foi na escola 4 (23,8%). As maiores prevalências encontradas para o %G foram de 62,2% para as meninas e 63,6% para os meninos, ambas na escola 3. 240A escola 4, para o sexo masculino, apresentou maiores prevalências de pressão arterial alterada (limítrofe e hipertensão), tanto para PAS (21,0%), quanto para PAD (22,9%); porém, para o sexo feminino, a escola 3 foi a que apresentou maior prevalência, tanto PAS (20,0%), quanto na PAD (26,7%). As escolas rurais 1 e 5 foram as que se encontram mais distantes da zona urbana e apresentaram menores prevalências de obesidade, principalmente com relação ao %G. Sugere-se, para futuros estudos, a identificação das atividades físicas realizadas na zona urbana e rural, bem como a descrição dos hábitos alimentares dessas duas regiões, podendo estas variáveis estarem influenciando na prevalência de obesidade e hipertensão arterial na população infanto-juvenil.240


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