IMPLICAÇÕES DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE

ANDREIA IVETE FEIL, CAMILA FINKLER, ANA ZOÉ SCHILING DA CUNHA

Resumo


A instituição da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNPS) visa a formar e desenvolver ações para os trabalhadores da saúde, auxiliando para expandir as possibilidades dos profissionais, incrementando melhorias nas intervenções realizadas na comunidade, como também na equipe de trabalho. As atividades de Educação Permanente em Saúde (EPS) destinam-se a públicos multiprofissionais, objetivando alterações das práticas técnicas e sociais dos envolvidos na atenção à saúde. A preocupação é240com os problemas encontrados nas práticas, gerando uma transformação no processo de trabalho e suscitando comprometimento de todos os envolvidos no processo para o desenvolvimento da equipe de saúde e do indivíduo. As práticas240pedagógicas para o desenvolvimento das ações diárias240devem estar focadas na resolução de problemas, com supervisão dialogada e oficinas de trabalho realizadas, preferencialmente, no próprio ambiente de trabalho e de forma sistemática, consolidando o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde. O objetivo deste estudo é investigar, entre as atividades dos trabalhadores da saúde, aquelas relacionadas à PNEPS, verificando240se240estes relacionam suas atividades240a esta240política. O estudo é um recorte da pesquisa O processo de gestão do trabalho e de Educação Permanente em saúde dos trabalhadores que atuam no SUS no âmbito da 13ª CRS/RS, desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde, da UNISC. Constitui-se de um estudo exploratório-descritivo qualitativo, sendo os dados coletados em 2012 com formulário autoaplicável. Os sujeitos desta região selecionados pela pesquisa na qual esse estudo integra seguiram os seguintes critérios de inclusão: trabalhadores que citaram as palavras curso, capacitação, palestra, orientação, reuniões, qualificação, especializações e informações quando do preenchimento do formulário. Enfim, palavras que estabelecessem relação com a EPS em seu cotidiano de trabalho. Após a análise das questões, foi possível identificar que apenas 113 sujeitos se incluíam nos critérios estabelecidos, constituindo a amostra deste estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UNISC sob protocolo nº 3054-11. Os resultados evidenciaram que as capacitações foram mencionadas pelos sujeitos com uma frequência maior (37%),240o conhecimento adquirido durante a formação ou através de experiências ou cursos foi referido por 25% deles240e, ainda, a qualificação profissional240de um modo geral, que foi apontada por 14% destes profissionais, foram evidenciadas como sendo atividades que se relacionam com a EPS. Além destes, as informações, reuniões, cursos e especializações na área de atuação também foram referidos240por 5% dos trabalhadores. De uma forma mais direta,240a EPS240como possibilidade de melhorias para o desenvolvimento das ações foi pontuada apenas por 3,2% dos sujeitos. Constatou-se que os trabalhadores têm dificuldades para240identificar ações de EPS nas suas atividades diárias e que capacitações, palestras e reuniões, quando ocorrem, são voltadas principalmente à especificidade da profissão. As capacitações foram citadas como fator facilitador e a falta destas, como dificultador. Conclui-se que há lacunas importantes na implantação dessa política, principalmente com a compreensão de sua operacionalização, a pouca utilização de metodologias diferenciadas, visando à integralidade, respeitando as necessidades dos trabalhadores, permitindo-lhes autonomia, imprescindível para melhorar a atuação na Atenção Básica de Saúde.


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