PRÁTICAS RESTAURATIVAS NAS ESCOLAS: ANÁLISE DA POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO DE NOVAS ABORDAGENS PARA A SUPERAÇÃO DE BULLYING EM SALA DE AULA

ANA PAULA ARRIEIRA SIMOES, MARLI MARLENE MORAES DA COSTA

Resumo


As discussões sobre a prática do bullying vêm ganhando força nas últimas décadas, principalmente no ambiente escolar, onde se visualiza grande incidência do fenômeno entre crianças e adolescentes. A expressão bullying tem origem na língua inglesa e remete ao autor da agressão, que é denominado bully, que em português significa briguento, valentão ou acossador. O fenômeno do bullying é definido pela maioria dos autores como um conjunto de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, adotados por um indivíduo ou grupo de indivíduos contra outro(s), sem motivos evidentes, causando dor e sofrimento, dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a intimidação. É um fenômeno tão antigo quanto a própria instituição escola, no entanto, seus efeitos ao longo do tempo foram ignorados por serem interpretados como 223brincadeiras da idade224, sem maiores repercussões ao longo da vida. Todavia, os efeitos do bullying afetam a todos, em especial às vítimas. Dependendo da gravidade da exposição e temporalidade, as sequelas podem acompanhar as vitimas para além do período acadêmico. Poderão desenvolver transtornos e doenças de fundo emocional, adotar condutas ofensivas, reproduzir o sofrido em outros contextos, como o laboral e familiar. Porém, os valentões também frequentemente foram vítimas de violência, maus-tratos, vulnerabilidade genética, falência escolar e experiências traumáticas. Quanto mais sofrem com violência e abusos, mais provável é que repitam esses comportamentos em sua vida diária e negligenciem seu próprio bem estar. A escola que não conhece o assunto, que não desenvolve programas ou que nega a sua ocorrência, é provavelmente aquela em que há mais situações da prática de bullying. Guiada pelo objetivo de encontrar um meio de administração de conflitos, a presente pesquisa viu na Justiça Restaurativa, em especial nas práticas a ela atreladas, que emergem do espaço internacional, um caminho ideal para implementar novos paradigmas. Não só no que diz respeito a práticas jurídicas vigentes ou políticas públicas de segurança, mas também à educação. De uma maneira pouco formal, sua metodologia tem demonstrado resultados significativos que vão ao encontro dos ideais disciplinares desejados e estipulados pelas instituições de ensino. Através do método dedutivo e técnica de pesquisa bibliográfica, explorou-se a compatibilidade das práticas restaurativas para a superação de celeumas sociais que se manifestam em instituições de ensino. Destarte, concluiu-se que os procedimentos restaurativos agem profunda e amplamente no âmago de conflitos envolvendo bullying, tanto de forma preventiva quanto compensativa, dando respostas e novos rumos ao comportamento humano, transformando todo o seu entorno positivamente.


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