APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS AUTISTAS: AS NOVAS POSSIBILIDADES A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE UM IPAD.

PAULA KARINE SCHUCK, LUIS FERNANDO DA VEIGA, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA, LETICIA SALDANHA DE LIMA

Resumo


O Transtorno de Espectro Autista (TEA) vem ganhando visibilidade na atualidade de nossa sociedade. Muitos são os avanços nas pesquisas sobre o TEA, mas ainda há necessidade de uma compreensão aprofundada acerca deste fenômeno. Atualmente, TEA é descrito pelo DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Fifth Edition) como um Transtorno do Neurodesenvolvimento que tem suas manifestações ainda no período do desenvolvimento, antes da criança ingressar na escola. As características essenciais do TEA são: prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social. Tais alterações comportamentais, presentes desde começo da primeira infância, limitam e/ou prejudicam o sujeito em muitos aspectos do cotidiano. Muitos de nossos comportamentos são aprendidos pela observação do outro: crianças aprendem linguagem, habilidades sociais e atitudes políticas pela observação dos pais, professores, ou outros modelos. No caso dos autistas, o aprendizado também ocorre através da observação, porém, como demonstram dificuldades na interação e na afetividade, a prática pode ser prejudicada. Desta forma, o processo de aprendizado de crianças com características deste transtorno necessita de caminhos específicos para serem impulsionados, sendo as tecnologias touch uma ferramenta para este processo. O presente estudo tem como objetivo principal averiguar quais são as implicações do uso do iPad em crianças com TEA, a fim de compreender como as tecnologias touch podem potencializar a construção do conhecimento/construção de subjetividade destes sujeitos. A escolha dos participantes ocorreu por critério de conveniência. Além disso, este estudo está inserido no projeto de pesquisa 223Na ponta dos dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetividade224. Para a concretização desta pesquisa realizou-se um estudo de caso com duas crianças diagnosticadas com o TEA e atendidas no serviço de saúde da universidade propulsora da presente pesquisa. Foram realizadas observações por quatro meses, com encontros semanais com duração de 30 minutos. Os resultados encontrados referem-se à potencialização do alcance de novas aprendizagens através do iPad, mostrando-se assim uma ferramenta positiva no atendimento com crianças com autismo. Ao finalizar uma etapa deste estudo, apresentou-se algumas emergências do processo de pesquisa e perspectivas do grupo a respeito da temática e conclui-se como o paradigma da complexidade é importante para (re)pensar as práticas terapêuticas, pois é uma abordagem que leva em consideração todas as dimensões da realidade de forma articulada, não separando os diferentes aspectos como acontece no paradigma clássico. Neste sentido, este estudo tem mostrado uma potência significativa, apontando vários caminhos mais efetivos ao desenvolvimento destas crianças.


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