O presente trabalho apresenta uma dentre as atividades desenvolvidas no Centro Universitário UNIVATES concernente à pesquisa intitulada: Metodologias para o ensino de Ciências Exatas. Uma dessas metodologias refere-se à modelagem matemática. Entende-se que esta pode ultrapassar as fronteiras cotidianas escolares, auxiliando nos processos de ensino. A atividade foi desenvolvida a partir da experiência vivenciada por um aluno do primeiro ano do ensino médio, na perspectiva do ensino-aprendizagem da modelagem matemática. Os aportes teóricos estão embasados em Bassanezi e Barbosa. A modelagem matemática atualmente é tema de muitas pesquisas, além de amplamente utilizada como estratégia de ensino-aprendizagem de matemática. Este interesse deve-se à possibilidade de contribuir para a autonomia e independência do aluno, modificando sua postura diante da matemática, além de outras implicações como as que associam a modelagem à cidadania e educação crítica. Esta pesquisa objetivou compreender como ocorre a participação de um aluno BIC-Júnior frente a um ambiente oportunizado pela modelagem matemática. A ele foi proposta uma situação-problema, na qual o objetivo era: calcular o número de telhas tipo fibrocimento e o menor custo para o recobrimento de uma edificação, considerando suas possíveis dimensões. Para o desenvolvimento da situação-problema, o aluno levou em consideração: o comprimento da diagonal do telhado, a inclinação referente ao tipo de telha em estudo, observando um espaçamento entre 10 e 20 centímetros em cada telha sobreposta. Visando a favorecer o menor custo-benefício, em relação às telhas, o aprendiz realizou uma pesquisa em lojas de materiais de construção na cidade de Lajeado. É importante destacar que o aluno BIC-Júnior possuía conhecimentos prévios de trigonometria, função seno, cosseno e tangente e que, durante os encontros, foi reservado um tempo para a abordagem teórica e outro para as considerações sobre a pesquisa. Um aspecto muito importante na estratégia de modelagem matemática é que os alunos são estimulados a tomar decisões e isso é uma necessidade constante na vida real. Para a situação-problema em destaque, não há, por exemplo, uma única resposta de resolução, porém, o aluno vê-se instigado a optar por um modelo de resolução que mais lhe favoreça. Portanto, a forma de conduzir ou 223modelar224 do BIC-Júnior, à luz da modelagem, pode ser classificada como uma dentre as demais possíveis. Após observar a experiência vivenciada pelo aluno, acredita-se que o uso da modelagem matemática como estratégia de ensino-aprendizagem contribui de uma forma significativa à formação de indivíduos cada vez mais interessados em contribuir para uma melhoria do ambiente em que estão inseridos. Destacamos que, mesmo diante das dificuldades de interpretação apresentadas por ele frente à situação-problema proposta, o aluno externou total motivação e demonstrou interesse em superá-las.