O câncer de mama é o tipo de tumor mais frequente na região sul do país. Segundo o Ministério da SaÚde, foram notificados 57120 novos casos em 2014. Esse tipo de tumor determina altos índices de morbimortalidade devido ao diagnóstico e tratamento tardio e à exposição das pacientes aos fatores de risco. Estudos recentes demonstram que idade avançada, história familiar de câncer em primeiro grau, condições socioeconômicas e urbanização são fatores consideráveis de risco para o câncer de mama e que devem ser melhor estudados para reduzir a alta incidência desse tipo de câncer no país. O objetivo desse estudo é analisar o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com câncer de mama na região central do Rio Grande do Sul atendidas no setor privado. Como metodologia, o estudo é descritivo e retrospectivo, em que foram revisados 175 prontuários de pacientes mastectomizadas, no período de primeiro de janeiro de 1999 a 31 de dezembro de 2009 em consultório privado na região central do Rio Grande do Sul. Foram coletados dados histológicos, clínicos e sociodemográficos da população analisada. Foram analisadas as variáveis epidemiológicas: idade, profissão, escolaridade, estado civil e cor. Em relação às características tumorais, foram analisadas as variáveis invasão angiolinfática, linfonodos axilares, estadiamento anatômico-morfológico e história familiar de câncer em primeiro grau. Foram realizadas análises descritivas no software SPSS v.20.0. Quanto aos resultados obtidos, a idade média das pacientes foi 56 anos (±12 anos). Quanto à profissão, 70,3% tinham algum tipo de atividade profissional, enquanto 29,7% eram donas de casa. Em relação à escolaridade, 57,2% das pacientes possuíam curso superior. Referente ao estado civil, 64% das pacientes eram casadas. Quanto a cor da pele, 162 pacientes se autodeclaravam brancas, 4 negras e 3 pardas. Em relação ao perfil tumoral, 65,1% das pacientes não tiveram invasão angiolinfática. Quanto às categorias linfonodos axilares e estadiamento anatômico-morfológico 50,9% das pacientes encontravam-se no estádio I com comprometimento linfonodal presente em 33,1% dos casos. Quanto ao histórico de câncer, 40,7% das pacientes tinham história de câncer na família. Conclui-se que o estudo ratifica a maior prevalência de câncer de mama em pacientes com idade entre 50 e 60 anos, período de maior incidência do câncer de mama, conforme dados da literatura. A alta escolaridade e o alto percentual de atividade profissional são determinantes sociais que caracterizam a população estudada e podem explicar o elevado nÚmero de casos em estádio I da doença.