PREVALÊNCIA DE LESÕES PELO HPV EM CITOLOGIA CÉRVICO-VAGINAL EM MULHERES QUE REALIZARAM PAPANICOLAOU NO SISTEMA INTEGRADO DE SAÚDE DA UNISC

MARCELLA GONCALVES PIOVESAN, FELIPE BARBOSA BUSNELLO, FERNANDA FORGIARINI RABELLO, FRANCIELI DARONCO, JANE DAGMAR POLLO RENNER

Resumo


O Papilomavírus humano (HPV) é um dos agentes etiológicos mais comuns das doenças sexualmente transmissíveis. Sua infecção vem aumentando em consequência de sua alta taxa de prevalência, com mais de 150 tipos reconhecidos atualmente, dos quais 40 podem infectar o trato genital. Os tipos de alto risco oncogênico, quando associados a outros co-fatores, têm relação com o desenvolvimento das neoplasias intraepiteliais e do câncer invasor do colo uterino, da vulva, da vagina e da região anal. Objetivou-se verificar a prevalência de lesões em amostras cérvico-vaginais de mulheres que realizam o exame de Papanicolaou. O estudo foi realizado no SIS (Sistema Integrado de SaÚde) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), localizado na cidade de Santa Cruz do Sul - RS. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo transversal e observacional, onde foram analisados 2.720 prontuários de mulheres que realizaram o exame de Papanicolaou no SIS no período de Julho de 2010 a Dezembro de 2014. As variáveis coletadas de prontuários foram o nÚmero de exames cérvico-vaginais por ano, classificando em células normais, atípicas de significado indeterminado (ASCUS), lesões de baixo grau (LIBG), lesões de alto grau (LIAG) e câncer invasor. Realizou-se também a coleta de informações clinico-epidemiológicas das mulheres, como idade, raça, a frequência de exame cérvico-vaginal, uso de anticoncepcional, escolaridade, utilização de hormônios. O estudo foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob o protocolo nº 970.539, em conformidade com a resolução CNS 466/12. Nos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 foram colhidos 269, 790, 645, 470 e 545 exames de Papanicolau respectivamente. Entre os achados mais significativos, do total de exames de Papanicolaou analisados, encontraram-se 25 (0,9%) casos de células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS), 10 (0,4%) casos de lesão intraepitelial de baixo grau (LIBG) e 2 (0,1%) casos de lesão intraepitelial de alto grau (LIAG). Quando comparado os anos de coleta cervicovaginais e o diagnostico de lesões no Papanicolau, 2014 foi o ano que identificou 80% das LIBG e 20% das LIAG (p=0,001). A média de idade das mulheres foi de 45,7 anos (DP±14,0); 90% eram consideradas brancas; 58,6% eram casadas; 51,1% tinham o ensino médio completo. Do total, 72,8% tinham idades iguais ou maiores que 36 anos, 2,8% eram gestantes; 62,1% tinham um a dois filhos, 98,6% apresentavam células normais no exame citopatológico no momento do estudo. Quanto ao o uso de preservativo, 16,7% utilizavam, 8,9% já tinham apresentado Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST),18,2% fumavam e 52,5% usavam anticoncepcional. Neste estudo foram apresentadas informações sobre a frequência de lesões cérvico-vaginais causadas pelo HPV e mulheres atendidas no SIS-UNISC durante 5 anos. Conclui-se que apesar de ter uma baixa prevalência de lesões no Papanicolau pelo HPV, pode-se diagnosticar em 2014 a maioria das lesões precursoras de câncer de colo uterino, comparado com os anos anteriores.


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