INTERCOOPERAÇÃO E FUSÃO DE REDES EMPRESARIAIS SOB A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA DA APRENDIZAGEM DA REDE: PROPOSIÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO DE ANÁLISE

VICTORIA HELENA GUIMARAES, HERON SERGIO MOREIRA BEGNIS

Resumo


Como resposta à constante pressão do ambiente competitivo e concorrência de mercado, muitas organizações têm optado pelo estabelecimento de relações interorganizacionais e fusões de redes cooperativas de diversos formatos e características, seja para obter melhor posição no mercado competitivo ou gerar inovações de formas colaborativas. (Bueno - Balestrin, 2012; Verschoore - Balestrin, 2008). O objetivo principal desta pesquisa, partindo da perspectiva sociológica da aprendizagem organizacional, é propor um modelo teórico para aprofundar o entendimento sobre o processo de aprendizagem das redes interorganizacionais que pode conduzir às estratégias de intercooperação e fusão. O trabalho está na fase de construção das bases teóricas e metodológicas. Com base nas referências teóricas, a criação de uma rede de cooperação depende de uma realidade mÚltipla e complexa, onde havendo objetivos comuns entre grupos pode possibilitar a construção de um tecido social, ou seja, uma rede social constituída com base na interação entre sujeitos. Há um compartilhamento de valores e interesses, a partir de uma dinâmica das forças e influências que cada um dos participantes exerce sobre aqueles com quem se relaciona. Como consequência disso, há sucessivos episódios de aprendizagem, reforçados por novas mudanças no contexto interno e externo da rede, assim estimulando um nÚmero maior de empresários a se comprometer com a estratégia de intercooperação ou fusão (Knight e Pye 2005). Compartilhar valores e interesses é também expandir o campo de visão e, portanto, um projeto de poder. A rede é uma estrutura social, mas também uma associação dotada de poder e mobilidade. (Luciano A. P. Junqueira e Áureo M. G. Pinto 2009) Conforme o estudo sobre a teoria da aprendizagem da rede, sob a perspectiva sociológica, entende-se como necessária a análise dos episódios de aprendizagem que ocorrem nas fronteiras organizacionais por meio das interações colaborativas, tanto para a implementação como na condução e na consolidação da intercooperação ou fusão de redes empresariais. Tais interações colaborativas em diferentes espaços sociais geram episódios de aprendizagem em todos os níveis (individual, grupal, organizacional e interorganizacional), possibilitando a aprendizagem da rede ao se considerar o contexto, o processo e o conteÚdo (Pettigrew 2005). Ou seja, fatores contextuais internos e externos estimulam a aprendizagem da rede quanto à necessidade de adotar estratégias de intercooperação e fusão. Quando o desenvolvimento de sentido e comprometimento se torna mais abrangente no grupo, iniciam-se novos episódios de aprendizagem para discussão e definição de métodos que permitam a efetiva realização das estratégias, no qual o desenvolvimento de sentido, comprometimento e método direcionam a aprendizagem da rede para a execução de estratégias de intercooperação e fusão. Sendo assim, as mudanças nas estruturas, práticas e interpretações consolidam a aprendizagem da rede no processo de intercooperação e fusão. Em suma, as redes interorganizacionais definem-se por várias etapas de constituição e desenvolvimento, sujeitas sempre a evoluções dinâmicas em suas estruturas e que ao longo do tempo podem se modificar. Nas quais, diversas estratégias podem ser adotadas por estas, para gerar crescimento, visando principalmente ganhos de escala e a potencialização de resultados.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.