O presente estudo vincula-se ao projeto de pesquisa "Os estudos acadêmicos de literatura: pressupostos teóricos e aplicabilidades", coordenado pela Profª Drª Eunice Terezinha Piazza Gai. Neste trabalho, investigamos a vida e a obra de Juremir Machado da Silva, bem como obras relevantes na sua trajetória como escritor. Buscamos refletir sobre a sua relação de jornalista e historiador com a linguagem literária. Em suas obras são abordados fatos da realidade do Rio Grande do Sul que relatam o cotidiano de personagens como GetÚlio Vargas e outros personagens históricos. Sua principal contribuição aos estudos da Comunicação no Brasil se consolidou em torno do conceito de "tecnologias do imaginário", desdobrado em diversas análises sobre a mídia e o cotidiano dos brasileiros. "Todo imaginário é um desafio, uma narrativa inacabada, um processo, uma teia, um hipertexto, uma construção coletiva, anônima e sem intenção. O imaginário é um rio cujas águas passam muitas vezes no mesmo lugar, sempre iguais e sempre diferentes" (SILVA 2006, p. 8). O tema do imaginário tem uma considerável influência nas características encontradas nas obras. O real e o imaginário parecem se misturar nas obras de cunho histórico escritas pelo autor. Apesar de as análises se adequarem ao jornalismo, as particularidades dos livros remetem aos termos pesquisados por Juremir. Por Último, analisamos as características do literário em algumas obras e avaliamos as formas como o escritor revela aspectos da contemporaneidade. Os textos, jornalístico e literário, mostram as influências que Juremir sofre ao escrever, mostrando que é possível relembrar a história real e inventar novos enredos para as personagens. "Ninguém pode criar a partir do nada: as estruturas linguísticas, sociais e sociológicas fornecem ao artista o material sobre o qual ele constrói o seu mundo de imaginação" (SALVATORE 1972, p. 25). Não menos importante são suas obras por não ter características somente de um romance tradicional. As questões psicológicas, as vivências das personagens que se misturam com a realidade trazem certo fascínio à história contada e reinventada. As características da obra do escritor exigem que o leitor se volte também para os fatos históricos para poder perceber o limite entre a realidade e a ficção. Esse fato é importante para não confundir o ficcional e o real. Essa interligação nos remete às características que a obra literária se permite e até onde o poder jornalístico se beneficia do que já é história na nossa sociedade. Com essas possibilidades o autor usufrui de uma linguagem menos poética e mais objetiva. Contudo, a combinação se mostra positiva, visto que Juremir se beneficia dessas duas direções.