Escolares podem estar mais propensos a desordens nutricionais devido ao aumento de suas necessidades energéticas e de nutrientes. Isso decorre do intenso desenvolvimento físico e mental desse ciclo da vida. As crianças e adolescentes em idade escolar tendem a ingerir mais alimentos industrializados (a maioria, ricos em açúcares, gorduras saturadas, sódio e pobres em fibras), que são fatores de risco para o sobrepeso e obesidade. O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil alimentar de escolares com sobrepeso e obesidade. Foram avaliados escolares com idade entre 10 e 17 anos, do sexo masculino e feminino, matriculados em escolas do município de Santa Cruz do Sul, RS, participantes do projeto "Obesidade em escolares da educação básica: um estudo de intervenção interdisciplinar - Fase II". Realizou-se um questionário de frequência alimentar adaptado de Barros e Nahas (2003). Foram avaliados 45 escolares com idade média de 13,6±1,6 anos, sendo 48,9% com sobrepeso e 51,1% com obesidade. Em relação aos hábitos alimentares dos escolares, verificou que 60% relataram ingerir 5 porções de frutas e hortaliças de 1 a 3 vezes por semana. Dos escolares, 57,8% relataram ingerir de 1 a 3 vezes por semana alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces. Quanto ao consumo de 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo o café da manhã, 35,6% dos escolares relataram ingerir todos os dias. Responderam que consumiam 1 vez por semana batatas, sem incluir batatas fritas ou chips, 55,6% dos escolares. Foi relatado por 46,7% dos escolares, ingerir 1 vez por semana, refrigerantes. 60% dos escolares relataram consumir 1 vez por semana salgadinhos fritos (batata frita, chips, coxinhas, pasteis e outros); já, 60% consumiam 1 vez por semana pizza, lasanha e outros alimentos com queijo/molho branco, enquanto 48,9% deles ingeriram 1 vez por semana docinhos, tortas, chocolate, biscoitos, bolachas ou balas. Consumiam diariamente feijão com arroz, 64,4% dos escolares, 24,4% consumem carne bovina diariamente e 48,9 % consomem peixe 1 vez por semana. A partir dos dados encontrados, observou-se que a maioria dos escolares ingeria, infrequentemente, alimentos gordurosos e refrigerantes e também consumiam com baixa frequência alimentos mais saudáveis, tais como: hortaliças, frutas, arroz com feijão, carne bovina e peixe. Além disso, o número de escolares que incluíam café da manhã em sua rotina foi baixo. É comum primeiramente a incorporação teórica de novas práticas alimentares para posteriormente se tornarem práticas incluídas na rotina diária. Projetos de intervenção são essenciais para o auxílio desses escolares, para orientar quanto à escolha correta de alimentos saudáveis para esta fase da vida, com o intuito de reduzir os índices de sobrepeso e obesidade, minimizando os riscos de comprometer a saúde futuramente.