ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA PREVALÊNCIA DE LESÕES CÉRVICO-VAGINAIS NO EXAME DE PAPANICOLAU DE MULHERES ATENDIDAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE VENÃNCIO AIRES

Bruna Cristina Siegert, Lia Gonçalves Possuelo, Simone Beatriz Müller, Luciana de Souza Nunes, JANE DAGMAR POLLO RENNER

Resumo


O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano - HPV. O HPV é uma doença sexualmente transmitida, com mais de 100 tipos diferentes deste vírus, sendo que, aproximadamente 30 possuem potencial oncogênico. A infeção por HPV é comum e pode permanecer sem sintomas por tempo indefinido, porém pode tornar-se severa quando não diagnosticada e tratada precocemente. A prevalência de infecções por HPV oncogênico no Brasil é semelhante a outros países, variando de 9 a 27% na população rastreada e deve ser monitorado anualmente através do exame preventivo Papanicolau. O câncer de colo do útero é o terceiro mais frequente na população feminina, perdendo apenas para o câncer de mama e colo retal, e se classifica na quarta posição como causa de morte no Brasil. O objetivo desse trabalho foi verificar a prevalência de lesões cérvico-vaginais no exame de Papanicolau de mulheres atendidas nas unidades básicas de saúde no município de Venâncio Aires - RS. Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo observacional prospectivo, onde foram analisados prontuários de mulheres que realizaram o exame de Papanicolau nas unidades básicas de saúde selecionadas no período de janeiro e fevereiro de 2015. Nos prontuários, buscou-se informações da idade, cor da pele, escolaridade, motivo pela qual a paciente fez o exame e se já havia feito outras vezes, as características da inspeção do colo do útero, sinais sugestivos de alguma doença sexualmente transmissível e o resultado do exame Papanicolau. Os dados obtidos foram computados no programa SPSS versão 20.0, sendo avaliadas diferentes variáveis como análises de frequência, médias e correlação entre os próprios dados. Em um total de 280 participantes, apresentaram uma média da idade de 40 (DP= ±13,5). O nível de escolaridade mais evidente foi o ensino fundamental incompleto (11,8%), porém em 73,2% não constava informação sobre o grau de escolaridade. A maioria das mulheres apresentava cor de pele branca (54,6%). O motivo pelo qual estas mulheres realizaram o exame Papanicolau foi rastreamento de câncer de colo uterino (96,4%), repetição do exame (2,9%) e seguimento (7%). Quanto às lesões, 10 (3,6%) casos apresentaram alteração no exame de Papanicolau, sendo 8 casos de Lesão intraepitelial de baixo grau (LIBG/HPV) e 2 casos de Lesão intraepitelial de alto grau (LIAG). Os resultados apresentados quanto à inspeção do colo, 91,4% apresentaram-se normal e 8,6% alterados. Das mulheres investigadas, 2,9% apresentaram sinais de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Através dos resultados obtidos no exame de Papanicolau, verificou-se a baixa prevalência de lesões em mulheres que procuraram atendimento nas unidades básicas de saúde, sendo que a maioria apresentou LIBG, possibilitando o seu atendimento precoce.

 

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