REDE URBANA DO VALE DO RIO PARDO: DESENVOLVIMENTO E A INFLUÊNCIA DAS CIDADES

Débora Cristiele Kummer, Rogério Leandro Lima da Silveira

Resumo


No processo de urbanização a rede urbana passou a ser o meio através do qual produção, circulação e consumo se realizam efetivamente. Via rede urbana e a crescente rede de comunicações a ela vinculada, distantes regiões puderam ser articuladas, estabelecendo-se uma economia mundial. Desse modo, tem-se por objetivo observar e analisar, no período de 1990 a 2014, a importância e o papel das cidades médias e da rede urbana no desenvolvimento territorial na escala da região do Vale do Rio Pardo (VRP). O trabalho integra a pesquisa "Análise de Dinâmica e Transformações Recentes da Rede Urbana do Vale do Rio Pardo" e se vincula ao Observatório do Desenvolvimento Regional (OBSERVA-DR), rede interinstitucional de pesquisa sobre o desenvolvimento regional. A abordagem metodológica é qualitativa e envolveu inicialmente a revisão bibliográfica em relação aos conceitos de território, região, rede urbana e divisão territorial do trabalho, bem como sobre o processo de desenvolvimento urbano e regional da região do Vale do Rio Pardo-RS. Posteriormente, fez-se o levantamento, organização, e sistematização dos dados secundários dos principais fluxos de pessoas, produtos e mercadorias, capitais e informações existentes entre as cidades da região, no período entre 1990 e 2014, resultando em uma série de tabelas, gráficos e cartogramas. Como principais resultados para o ano de 1991, 2000 e 2010, anos de realização dos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, destacam-se em população absoluta no Vale no Rio Pardo os municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo e Candelária como mais populosos. Já a análise da evolução da taxa de urbanização entre os municípios da região nesse período, revela o seguinte desempenho: para o ano de 1991, tem-se Pantano Grande (79,79%), Santa Cruz do Sul (67,03%), Sobradinho (47,88) e Venâncio Aires (46,74%) como os municípios mais urbanizados; para o ano de 2000 tem-se Santa Cruz do Sul (87,14%), Pantano Grande (84,49%), Sobradinho (71,47%) e Rio Pardo (68,92%). E por fim, em 2010, tem como municípios mais urbanizados Santa Cruz do Sul (88,86%), Pantano Grande (84,02%), Sobradinho (79,44%) e Encruzilhada do Sul (69,78%). Outro aspecto importante é a população economicamente ativa (PEA), constituída por pessoas com 16 anos ou mais de idade. No ano 2000, dentre os 22 munícipios da região do Vale do Rio Pardo, na época, 16 (dezesseis) possuíam uma PEA predominantemente ocupada na agricultura, 6 (seis) na prestação de serviços e nenhum com uma PEA com predomínio industrial. Em 2010, dentre os 23 munícipios do Vale do Rio Pardo, 14 (quatorze) possuíam uma PEA predominantemente rural, 8 (oito) uma PEA ocupada predominantemente na prestação de serviços e 1 (um) com uma PEA predominantemente no setor industrial. Além disso, os resultados da pesquisa permitem também observar a consolidação do papel de comando da cidade média de Santa Cruz do Sul na rede urbana regional e a constituição da sua região de influência para além das cidades e áreas rurais do território do Vale do Rio Pardo, envolvendo também alguns centros locais da região do Vale do Taquari. Assim, compreender o papel da rede urbana no processo de desenvolvimento territorial, implica analisar como a rede urbana condiciona e reflete a divisão territorial do trabalho no território regional, bem como a mesma possibilita e desenvolve a dinâmica relacional entre centros urbanos de outros segmentos da rede urbana regional.


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