ENCONTRO PEDAGÓGICO COM A AÇÃO DE DESENHAR NA INFÂNCIA

Lissa Silva Carvalho, Sandra Regina Simonis Richter

Resumo


Com a presente pesquisa, pretendo pensar o encontro entre adultos e crianças na ação de desenhar na infância. Justifico esse estudo pela constatação de prevalecerem no cotidiano escolar, atividades com desenhos prontos, propostas simplificadas e simplificadoras diante da capacidade de crianças pequenas e crianças especiais produzirem sentidos desenhando. Afirmando a criança capaz, produtora de sentidos na convivência com outras crianças e adultos, a concepção de infância como tempo dos começos, a ideia de educação como convivência e resistindo a concepção escolar de querer ensinar "o" desenho. Tendo como interesse pesquisar o processo de aprender a desenhar para compreender que ação é essa que não precisa ser ensinada, porém cada criança tem que aprender. Problematizando qual concepção pedagógica que sustenta a ideia de "pré-ver" a ação de desenhar através de desenhos prontos e como sustentar a importância da ação pedagógica que considera o encontro com adultos e crianças na ação de desenhar. Para uma melhor compreensão desse estudo está presente nessa pesquisa um capitulo que apresenta diferentes abordagens de estudos apresentados por diferentes teóricos sobre os desenhos das crianças. Para a realização dessa pesquisa utilizei as importantes contribuições de Derdyk e Richter em relação a ação de desenhar na infância. Com Kohan foi possível compreender a concepção de infância que ele apresenta como tempo dos começos. As reflexões de Richter e Berle proporcionaram para esse estudo pensar a ideia de educação como modo de conviver, através do encontro entre adultos e crianças, entre modos de pensar e sentir em tempos diferentes. Trazendo as importantes contribuições de Gaston Bachelard no decorrer da pesquisa, as quais consegui pensar e compreender o que seria a miniatura e a fenomenologia do redondo, relacionando com o processo de desenhar das crianças. Como metodologia desse estudo utilizei-me de uma pesquisa de características qualitativas através de fontes bibliográficas perseguindo uma reflexão em torno da ação de desenhar. Também foram construídas fichas de leitura para sintetizar e compreender melhor o que os autores pesquisados abordavam. Para a complementação dessa pesquisa houve participações durante o semestre em uma disciplina do curso de pedagogia que trata de arte e infância e nos grupos de pesquisa do mestrado em educação. Como resultados obteve-se as ideias de conhecimento como conteúdo, algo somente mental, como se o corpo não pensasse, que o desenho está apenas na mente e que é um conceito pronto. A ideia de educação como convivência, infância como tempo dos começos e a capacidade de brincar com os traços. A criança aprende a desenhar sem precisar ser ensinada "o que" desenhar e sim de "como" experimentar espaços, tempos, materiais e instrumentos que utiliza para brincar com linhas e traços. O que o estudo aponta é a necessidade de aprofundar a reflexão em torno da questão da aprendizagem na infância.

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