CONDIÇÕES OPERACIONAIS DE SECAGEM PARA OBTENÇÃO DE FARINHA DE ESPINAFRE

Natana Calheiro, NADIA DE MONTE BACCAR, Rafael Guedes de Azevedo, ANA LUCIA BECKER ROHLFES, LILIANE MARQUARDT

Resumo


O espinafre (Spinacia oleracea) pertence a família das quenopodiáceas, nativa da Ásia. Apresenta folhas sagitadas, comestíveis e flores dióicas esverdeadas. Sua coloração é verde. Na forma in natura é utilizado como salada podendo ser consumido de diversas formas, bem como ser empregado na elaboração de pratos como bolos, massas, pães e biscoitos. O espinafre é considerado um vegetal nutritivo, pois apresenta em sua composição minerais como ferro, cálcio, magnésio e fósforo, além de conter propriedades antioxidantes. Para o seu consumo geralmente é preferível o espinafre verde vibrante, com folhas e caules tenros, desprezando-se aqueles com sinais de amarelamento, murchas ou com aparência indesejável. Assim, o aproveitamento de espinafre não conforme ao consumo in natura, através da secagem e trituração, é uma alternativa para aumentar sua durabilidade, conservar suas características sensoriais e nutritivas, reduzir o desperdício agregando valor. A secagem, ou desidratação, caracteriza-se como um processo de transferência de calor e massa, que visa à eliminação de água de um produto através da evaporação. O tempo e temperatura de processo variam de acordo com cada produto e influenciam no valor nutricional dos mesmos. Nesse sentido, objetivou-se testar as condições operacionais de secagem adequadas para obtenção de farinha de espinafre. Os testes foram desenvolvidos empregando-se espinafre cultivado em estufa e cedido pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), campus de Santa Cruz do Sul - RS. Amostras de espinafre foram devidamente lavadas e higienizadas para posteriormente ser realizado o processo de separação da folha e talo. As mesmas foram trituradas em multiprocessador para facilitar o processo de secagem, que foi conduzido em secador de cabine, com circulação de ar cuja temperatura foi fixada em 50ºC. Foram retiradas alíquotas de 20g das amostras de espinafre, em intervalos de hora em hora, até no máximo 14 horas. Posteriormente, procedeu-se moagem do espinafre e foram realizadas análises de umidade em estufa a 105ºC, para elaboração das curvas de secagem e determinação dos melhores tempos de processo. Após avaliação dos resultados parciais, percebeu-se que o percentual de umidade das farinhas de espinafre obtidas na pesquisa, atende a especificação determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que estabelece como máximo de umidade 12%. Nos testes de secagem realizados com folhas do espinafre, observou-se que com 5 horas de secagem o percentual de umidade foi de 7,93% e quando empregado somente o talo do espinafre, em 8 horas de secagem o percentual de umidade foi de 6,16%. Ainda, observou-se que as folhas e talos de espinafre triturados conjuntamente e que foram submetidos ao processo de secagem, tiveram o percentual de umidade determinado em 8%, após 3 horas. Nesse sentido, conclui-se que para secagem de espinafre, com objetivo de produzir farinha empregando folhas e talos a temperatura de 50ºC, em 3 horas de processamento atinge-se o percentual de umidade de 8%, o que atende o parâmetro preconizado pela ANVISA.  A pesquisa prosseguirá com a realização de testes de secagem a diferentes temperaturas, além da realização da composição nutricional e de micro e macronutrientes presentes nas farinhas de espinafre. 

 

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