PREVALÊNCIA DE LESÕES CÉRVICO-VAGINAIS DE MULHERES QUE REALIZARAM A COLETA DE PAPANICOLAOU EM DUAS UNIDADES DE ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE NA CIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
O câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, sendo a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A maioria dos casos de câncer do colo uterino (ou câncer cervical) é causado pelo Papilomavirus humano (HPV). A prevenção do câncer de colo uterino é realizada pelo exame de Papanicolau, que microscopicamente detecta lesões precursoras do câncer do colo uterino e a infecção pelo HPV. Os fatores de risco para o câncer de colo uterino englobam os fatores imunológicos, explicados pela associação com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e com a infecção por HIV, o tabagismo, o uso prologado de contraceptivos orais, o inicio precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, a multiparidade e a história de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Objetivou-se verificar a prevalência de lesões cervico-vaginais de mulheres que realizaram a coleta do exame de Papanicolau em duas Unidades de Atenção Básica de Saúde na cidade de Santa Cruz do Sul. A metologia utilizada foi o estudo transversal, em que foram analisadas 101 mulheres atendidas no Sistema Integrado em Saúde (SIS) da UNISC e 60 mulheres atendidas no Centro Materno Infantil (CEMAI) da cidade de Santa Cruz do Sul, no período de agosto de 2015 a julho de 2017. A idade média das mulheres atendidas no SIS e no CEMAE foi de 43,42 (±13,2 anos) e de 39,6 (± 10,8 anos), respectivamente. Quanto ao número de filhos, a mediana foi de 2 filhos para as mulheres atendidas no SIS e 1 filho para as atendidas no CEMAI. Quanto ao tabagismo, 17,8% e 17,2% eram tabagistas no SIS e no CEMAE, respectivamente. No que diz respeito ao comportamento sexual, 8,9% das mulheres atendidas no SIS e 10,2% no CEMAI já apresentaram Doença Sexualmente Transmissível (DST), 43,6% das mulheres atendidas do SIS e 63,8% das atendidas no CEMAI referiram fazer uso de pílula anticoncepcional. Apenas 14,9% das atendidas do SIS e 22,4% das atendidas do CEMAI relataram ter multiplicidade de parceiros (mais de 4 parceiros) ao longo da vida. Segundo a coleta do Papanicolau (CP), 93,1% das mulheres atendidas no SIS e 63,8% no CEMAI não apresentaram alterações. Nas mulheres atendidas no SIS, 4% apresentavam Lesões Intraepiteliais de Baixo Grau (LIBG)/HPV e 1% Lesões Intraepiteliais de Alto Grau (LIAG), enquanto que nas mulheres atendidas no CEMAE, apresentaram 12% de LIBG/HPV e 24% LIEAG. Concluiu-se que a prevalência de lesões cervico-vaginais foi maior nas mulheres atendidadas no CEMAI. Não foram observadas diferenças significativas entre as mulheres de acordo com o resultado do exame de Papanicolau. Contudo, as mulheres do LIEAG tenderam a ter mais idade e mais gestações do que as dos demais grupos.
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